O Filho Eterno
Introdução
73&1;6:0.1 O Filho Eterno é a expressão perfeita e final do
"primeiro" conceito pessoal e absoluto do Pai Universal. Conseqüentemente,
quando e como quer que o Pai se expresse de forma pessoal e absoluta, ele assim
o faz através de seu Filho Eterno, que sempre foi, é agora e sempre será o Verbo
vivo e divino. E este Filho Eterno reside no centro de todas as coisas,
envolvendo de perto e em parceria com a presença pessoal do Pai Eterno e
Universal.
73&2;6:0.2 Falamos do "primeiro" pensamento de Deus e,
com a finalidade de ter acesso aos canais de pensamento do intelecto humano,
aludimos a uma impossível origem do Filho Eterno no tempo. Tais distorções de
linguagem representam nossos melhores esforços em nosso compromisso de nos
colocarmos em contato com as mentes das criaturas mortais, que estão limitadas
pelo tempo. No sentido seqüencial, o Pai Universal nunca poderia ter tido um
primeiro pensamento, nem o Filho Eterno jamais poderia ter tido um princípio.
Mas fui instruído a descrever as realidades da eternidade às mentes dos mortais,
que estão limitadas pelo tempo, por meio de tais noções simbólicas a fim de
definir as relações da eternidade por intermédio destes conceitos temporais de
seqüencialidade.
73&3;6:0.3 O Filho Eterno é a personalização
espiritual do conceito universal e infinito da realidade divina, do espírito
inqualificável e da personalidade absoluta do Pai do Paraíso. E, desse modo, o
Filho constitui a revelação divina da identidade criadora do Pai Universal. A
personalidade perfeita do Filho revela que o Pai é realmente a fonte eterna e
universal de todos os significados e valores do espiritual, do volitivo, do
intencional e do pessoal.
73&4;6:0.4 Em nosso esforço para
possibilitar que a mente finita do tempo forme um conceito seqüencial das
relações dos seres eternos e infinitos da Trindade do Paraíso, utilizamos certas
liberdades conceituais como a de nos referirmos ao "primeiro conceito pessoal,
universal e infinito do Pai". Trazer à mente humana uma idéia adequada das
relações eternas das Deidades é impossível para mim; por essa razão, emprego
termos que ofereçam à mente finita alguma idéia da relação destes seres eternos
nas eras subseqüentes dos tempos. Cremos que o Filho surgiu do Pai; ensinam-nos
que ambos são incondicionalmente eternos. É evidente, portanto, que nenhuma
criatura temporal jamais poderá compreender totalmente este mistério de um Filho
que provém do Pai e que, contudo, é coordenadamente eterno com o próprio Pai.
A Identidade do Filho Eterno
73&5;6:1.1 O Filho Eterno é o Filho de Deus, o original e
unigênito. Ele é Deus Filho, a Segunda Pessoa da Deidade e o companheiro criador
de todas as coisas. Tal como o Pai é a Primeira Grande Fonte e Centro, o Filho
Eterno é a Segunda Grande Fonte e Centro.
74&1;6:1.2 O Filho Eterno
é o centro espiritual e o administrador divino do governo espiritual do universo
de universos. O Pai Espiritual é, primeiramente, criador e, em seguida, reitor;
o Filho Eterno é, primeiramente, co-criador e, em seguida, administrador
espiritual. "Deus é espírito", e o Filho é a revelação pessoal desse espírito. A
Primeira Fonte e Centro é o Absoluto da Volição; a Segunda Fonte e Centro é o
Absoluto da Personalidade.
74&2;6:1.3 O Pai Universal nunca opera
pessoalmente como criador, exceto em parceria com o Filho ou na ação coordenada
do Filho. Se o escritor do Novo Testamento tivesse feito referência ao Filho
Eterno, teria dito a verdade quando escreveu : "No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada foi feito de tudo o que existe".
74&3;6:1.4 Quando um
Filho do Filho Eterno apareceu em Urantia, aqueles que fraternizaram com este
ser divino em forma humana aludiram a ele como "O que era desde o princípio, o
que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos
apalparam, e mesmo o Verbo de vida". E este Filho da efusão saiu do Pai,
exatamente como de fato o fez o Filho Original, como é sugerido numa de suas
preces terrenas: "E agora, ó meu Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com a
glória que tinha contigo antes que o mundo existisse".
74&4;6:1.5 O
Filho Eterno é conhecido por diferentes nomes nos vários universos. No universo
central, é conhecido como a Fonte de Igual Categoria, o Co-Criador e o
Companheiro Absoluto. Em Uversa, sede do supra-universo, denominamos o Filho
como Centro Espiritual de Igual Categoria e Administrador Espiritual Eterno. Em
Salvington, sede central do vosso universo local, este Filho está no memorial
como a Segunda Fonte Eterna e Centro. Os Melquisedeques falam dele como o Filho
dos Filhos. Em vosso mundo, mas não em vosso sistema de esferas habitadas, este
Filho Original tem sido confundido com um Filho Criador de igual categoria,
Miguel de Nebadon, que se efundiu sobre as raças mortais de Urantia.
74&5;6:1.6 Ainda que qualquer um dos Filhos do Paraíso possa ser
convenientemente chamado de Filho de Deus, estamos acostumados a destinar a
denominação de "o Filho Eterno" para este Filho Original, a Segunda Fonte e
Centro, que é co-criador do universo central de poder e perfeição junto com o
Pai Universal, e é co-criador de todos os outros Filhos divinos que surgem das
Deidades infinitas.
A Natureza do Filho Eterno
74&6;6:2.1 O Filho Eterno é tão invariável e infinitamente
confiável como o Pai Universal. É também tão espiritual como o Pai, bem como um
espírito verdadeiramente ilimitado. Para vós, de origem modesta, o Filho
pareceria ser mais pessoal que o Pai já que, quanto à acessibilidade, ele está
um degrau mais perto de vós.
74&7;6:2.2 O Filho Eterno é o Verbo
Eterno de Deus. Ele é totalmente semelhante ao Pai; de fato, o Filho Eterno é
Deus Pai pessoalmente manifesto ao universo de universos. E assim foi, é, e para
sempre será verdadeiro acerca do Filho Eterno e de todos os Filhos Criadores de
igual categoria: "Quem viu o Filho, viu o Pai".
74&8;6:2.3 Em
natureza, o Filho é totalmente como o Pai espiritual. Quando adoramos o Pai
Universal, na realidade adoramos, ao mesmo tempo, Deus Filho e Deus Espírito.
Deus Filho é, em natureza, tão divinamente real e eterno como Deus Pai.
75&1;6:2.4 O Filho não apenas possui toda a retidão infinita e
transcendente do Pai, mas ele também reflete toda a santidade de caráter do Pai.
O Filho compartilha a perfeição do Pai e, em conjunto, partilha a
responsabilidade de ajudar todas as criaturas imperfeitas em seus esforços
espirituais para alcançar a perfeição divina.
75&2;6:2.5 O Filho
Eterno possui todo o caráter divino e atributos espirituais do Pai. O Filho é,
em personalidade e espírito, a plenitude da absolutidade de Deus, e o Filho
revela estas qualidades em sua direção pessoal do governo espiritual do universo
de universos.
75&3;6:2.6 Deus é, de fato, um espírito universal;
Deus é espírito; e esta natureza espiritual do Pai está focalizada e
personalizada na Deidade do Filho Eterno. Aparentemente, todas as
características espirituais estão extraordinariamente realçadas no Filho através
da diferenciação da universalidade da Primeira Fonte e Centro. E assim como o
Pai compartilha sua natureza espiritual com o Filho, eles compartilham juntos
também, plenamente e sem reservas, o espírito divino com o Atuante Conjunto, que
é o Espírito Infinito.
75&4;6:2.7 No amor à verdade e na criação da
beleza, o Pai e o Filho são iguais, excetuando o fato de que o Filho parece se
dedicar mais à realização da beleza exclusivamente espiritual dos valores
universais.
75&5;6:2.8 Em bondade divina, não percebo diferença
alguma entre o Pai e o Filho. O Pai ama os seus filhos do universo como um Pai;
o Filho Eterno contempla todas as criaturas como um pai e um irmão.
O Ministério do Amor do Pai
75&6;6:3.1 O Filho compartilha a justiça e a retitude da
Trindade, porém encobre estes traços divinos por meio da personalização infinita
do amor e da misericórdia do Pai; o Filho é a revelação do amor divino aos
universos. Tal como Deus é amor, o Filho é misericórdia. O Filho não pode amar
mais que o Pai, mas pode mostrar misericórdia às criaturas de um modo adicional
pois ele não apenas é um criador primordial como o Pai, mas também é o Filho
Eterno do mesmo Pai, participando desse modo da experiência filial de todos os
outros filhos do Pai Universal.
75&7;6:3.2 O Filho Eterno é o grande
ministro da misericórdia para a criação toda. A misericórdia é a essência do
caráter espiritual do Filho. As ordens do Filho Eterno, conforme atravessam os
circuitos espirituais da Segunda Fonte e Centro, são moduladas em tons de
misericórdia.
75&8;6:3.3 Para compreender o amor do Filho Eterno,
deveis primeiro perceber sua origem divina, o Pai, que é amor, e então
contemplar o desdobramento deste afeto infinito no extenso ministério do
Espírito Infinito e suas quase ilimitadas hostes de seres pessoais servidores.
75&9;6:3.4 O ministério do Filho Eterno é dedicado a revelar o Deus
de amor ao universo de universos. Este Filho divino não trata da tarefa ignóbil
de tentar persuadir seu clemente Pai a amar e a mostrar misericórdia aos
malvados do tempo. Que equívoco considerar o Filho Eterno como alguém apelando
ao Pai Universal para mostrar misericórdia às suas modestas criaturas dos mundos
materiais do espaço! Tais conceitos são rudes e grotescos acerca de Deus.
Deverias, antes, perceber que todo o serviço misericordioso dos Filhos de Deus é
a revelação direta do coração do Pai, coração de amor universal e compaixão
infinita. O amor do Pai é a fonte real e eterna da misericórdia do Filho.
75&10;6:3.5 Deus é amor, o Filho é misericórdia. A misericórdia é o
amor aplicado: o amor do Pai em ação na pessoa de seu Filho Eterno. O amor deste
Filho Universal também é universal. Do modo como se compreende o amor num
planeta onde existe o sexo, o amor de Deus é mais comparável ao amor de um pai,
enquanto o amor do Filho Eterno é mais equivalente ao afeto de uma mãe. De fato,
estas são ilustrações toscas mas emprego-as na esperança de trazer à mente
humana a reflexão de que existe uma diferença entre o amor do Pai e o amor do
Filho, não em conteúdo divino mas em qualidade e método de expressão.
Os Atributos do Filho Eterno
76&1;6:4.1 O Filho Eterno motiva o nível espiritual da
realidade cósmica; o poder espiritual do Filho é absoluto com relação a todas as
realidades do universo. Ele exerce perfeito domínio sobre a interassociação de
toda energia espiritual indiferenciada e sobre toda realidade espiritual
atualizada através da atração absoluta de sua gravidade espiritual. Todo
espírito puro não fracionado e todos os seres e valores espirituais respondem ao
infinito poder de atração do Filho primigênio do Paraíso. E, se no futuro eterno
se testemunhasse o aparecimento de um universo ilimitado, a gravidade espiritual
e o poder espiritual do Filho Original seriam constatados como totalmente
adequados para o domínio espiritual e administração efetiva desta criação sem
fronteiras.
76&2;6:4.2 O Filho é onipotente somente no âmbito
espiritual. Na eterna economia da administração do universo, não há lugar para a
repetição de serviço, que é desnecessária e perdulária; as Deidades não são
dadas à inútil duplicação de serviço no universo.
76&3;6:4.3 A
onipresença do Filho Original constitui a unidade espiritual do universo de
universos. A coesão espiritual da criação toda descansa na presença ativa, e em
todo lugar, do espírito divino do Filho Eterno. Quando concebemos a presença
espiritual do Pai, achamos difícil diferenciá-la, em nosso pensamento, da
presença espiritual do Filho Eterno. O espírito do Pai reside eternamente no
espírito do Filho.
76&4;6:4.4 O Pai tem de ser espiritualmente
onipresente, mas tal onipresença parece ser inseparável das atividades
espirituais do Filho Eterno, em todo lugar. Cremos, contudo, que em todas as
situações de presença do Pai-Filho, situações estas de natureza espiritual dual,
o espírito do Filho coordena-se com o espírito do Pai.
76&5;6:4.5 Em
seu contato com aquilo que é de natureza pessoal, o Pai atua no circuito da
personalidade. Em seu contato pessoal e perceptível com a criação espiritual,
ele se mostra nas frações da totalidade de sua Deidade, e estas frações do Pai
têm um trabalho solitário, único e exclusivo, em qualquer tempo e lugar em que
elas apareçam nos universos. Em todas estas situações, o espírito do Filho
correlaciona-se com o trabalho espiritual da presença fracionada do Pai
Universal.
76&6;6:4.6 Espiritualmente, o Filho Eterno é onipresente.
O espírito do Filho Eterno certamente está convosco e em torno de vós, mas não
está dentro de vós e nem é parte de vós como o Preceptor de Mistério. A fração
interior do Pai conforma a mente humana com as atitudes progressivamente divinas
e, em conseqüência disso, essa mente ascendente responde cada vez mais ao poder
de atração espiritual do circuito onipotente de gravidade espiritual da Segunda
Fonte e Centro.
76&7;6:4.7 O Filho Original é universal e
espiritualmente autoconsciente. Em sabedoria, o Filho é completamente igual ao
Pai. Nos âmbitos do conhecimento, da onisciência, não podemos distinguir entre a
Primeira e a Segunda Fonte; tal como o Pai, o Filho sabe tudo; ele nunca se
surpreende com qualquer acontecimento universal; ele compreende o fim desde o
começo.
77&1;6:4.8 O Pai e o Filho conhecem realmente o número e o
paradeiro de todos os espíritos e seres espiritualizados no universo de
universos. O Filho não só conhece todas as coisas em virtude de seu próprio
espírito onipresente mas, da mesma forma como se dá com o Pai e o Atuante
Conjunto, o Filho está plenamente ciente da ampla reflexibilidade do sistema de
informação do Ser Supremo, cujo sistema está o tempo todo a par de tudo o que
ocorre em todos os mundos dos sete supra-universos. E há outros modos pelos
quais o Filho do Paraíso é onisciente.
77&2;6:4.9 O Filho Eterno,
como personalidade amorosa, misericordiosa e servidora, é total e infinitamente
igual ao Pai Universal, ao passo que em todos os misericordiosos e amorosos
contatos pessoais com os seres que ascendem dos mundos mais modestos, o Filho
Eterno é tão generoso e obsequioso quanto paciente e longânime, assim como seus
Filhos do Paraíso nos universos locais, que tão freqüentemente se efundem sobre
os mundos evolucionários do tempo.
77&3;6:4.10 É desnecessário
discorrer mais sobre os atributos do Filho Eterno. Levando em conta as exceções
mencionadas, basta examinar os atributos espirituais de Deus Pai para entender e
avaliar corretamente os atributos de Deus Filho.
As Limitações do Filho Eterno
77&4;6:5.1 O Filho Eterno não opera pessoalmente nos
âmbitos físicos e, exceto através do Atuante Conjunto, também não opera nos
níveis do ministério da mente aos seres criados. Mas estas qualificações de
maneira alguma limitam o Filho Eterno no pleno e livre exercício de todos os
atributos divinos de onisciência, onipresença e onipotência espirituais.
77&5;6:5.2 O Filho Eterno não impregna pessoalmente os potenciais do
espírito inerentes à infinitude do Absoluto da Deidade mas, conforme estes
potenciais se atualizam, eles chegam ao todo-poderoso alcance do circuito de
gravidade espiritual do Filho.
77&6;6:5.3 A personalidade é dádiva
exclusiva do Pai Universal. O Filho Eterno deriva do Pai a personalidade mas,
sem o Pai, ele não confere personalidade. O Filho dá origem a imensas hostes de
espíritos, mas estes descendentes não são seres pessoais. Quando o Filho cria
personalidade, ele o faz em união com o Pai ou com o Criador Conjunto, que pode
atuar como agente do Pai em tais relações. O Filho Eterno é assim um co-criador
de seres pessoais, mas não efunde personalidade sobre nenhum ser e, de si mesmo
e por si só, nunca cria seres pessoais. Esta limitação de ação, contudo, não
priva o Filho de sua capacidade de criar todo e qualquer tipo de realidade
diversa da pessoal.
77&7;6:5.4 O Filho Eterno está limitado na
transmissão das prerrogativas de criador. O Pai, ao eternizar o Filho Original,
efundiu sobre ele o poder e privilégio de, subseqüentemente, se unir com o Pai
no ato divino de dar origem a outros Filhos possuidores de atributos criativos,
e isto eles fizeram e o fazem agora. Contudo, uma vez que se tenha gerado estes
Filhos de igual categoria, aparentemente as prerrogativas de criação não são
mais transmissíveis. O Filho Eterno transmite poderes de criação somente à
primeira personalização, ou seja, à personalização direta. Portanto, quando o
Pai e o Filho se unem para personalizar um Filho Criador, eles realizam seus
objetivos; mas o Filho Criador trazido à existência deste modo jamais poderá
transmitir nem delegar as prerrogativas de criação às diversas ordens de Filhos
que ele possa vir a criar em seguida, apesar disto parecer ser um reflexo muito
limitado dos atributos criativos de um Filho Criador nos Filhos mais elevados do
universo local.
78&1;6:5.5 Como ser infinito e exclusivamente
pessoal, o Filho Eterno não pode fracionar sua natureza; ele não pode distribuir
e efundir porções individualizadas de seu ser sobre outras entidades ou pessoas
como o Pai Universal e o Espírito Infinito fazem. Porém, como espírito
ilimitado, o Filho pode se efundir, e o faz, para banhar toda a criação e atrair
para si, incessantemente, todos os seres pessoais espirituais e realidades
espirituais.
78&2;6:5.6 Recordai sempre que o Filho Eterno é a
representação pessoal do Pai espiritual para toda a criação. O Filho é pessoal e
nada mais que pessoal, no sentido de Deidade; este ser pessoal divino e absoluto
não pode se desintegrar nem se fracionar. Deus Pai e Deus Espírito são
verdadeiramente pessoais mas, além de serem tais Deidades, eles são também tudo
mais.
78&3;6:5.7 Ainda que o Filho Eterno não possa participar
pessoalmente da efusão dos Modeladores de Pensamento, no passado eterno ele
participou do conselho com o Pai Universal, aprovando o plano e afiançando
cooperação sem fim quando o Pai, ao planejar a efusão dos Modeladores de
Pensamento, propôs ao Filho : "Façamos o homem mortal à nossa própria imagem".
E, assim como a fração do Pai mora dentro de vós, a presença espiritual do Filho
vos envolve, enquanto os dois, como um só, trabalham eternamente para o vosso
adiantamento espiritual.
A Mente Espiritual
78&4;6:6.1 O Filho Eterno é espírito e tem mente, mas não
uma mente ou um espírito que a mente mortal possa compreender. O homem mortal
percebe a mente nos níveis finito, cósmico, material e pessoal. O homem também
observa os fenômenos mentais nos organismos vivos que funcionam no nível
sub-pessoal (animal), mas lhe é difícil apreender a natureza da mente quando
associada aos seres supra-materiais e como parte dos seres pessoais
exclusivamente espirituais. No entanto, a mente deve ser definida de maneira
distinta quando se faz referência ao nível espiritual da existência, e quando
usada para indicar as funções espirituais da inteligência. O tipo de mente que
está diretamente ligada com o espírito não é comparável com a mente que coordena
espírito e matéria nem com a mente que está ligada somente com a matéria.
78&5;6:6.2 O espírito sempre está consciente, velando, e possui
fases de identidade variadas. Sem a manifestação da mente em alguma fase não
haveria nenhuma consciência espiritual acerca da fraternidade dos seres
espirituais. O equivalente da mente, que é a capacidade de conhecer e ser
conhecido, é inato à Deidade. A Deidade pode ser pessoal, pré-pessoal,
suprapessoal ou impessoal; contudo, a Deidade não existe sem a mente, isto é, ao
menos nunca sem a capacidade de se comunicar com as entidades, entes ou seres
pessoais similares.
78&6;6:6.3 A mente do Filho Eterno é como a do
Pai, mas é diferente de qualquer outra mente do universo e, com a mente do Pai,
ela é antecessora às diversas e extensas mentes do Atuante Conjunto. A mente do
Pai e do Filho, esse intelecto que é ancestral à mente absoluta da Terceira
Fonte e Centro, talvez seja melhor ilustrada na pré-mente de um Modelador do
Pensamento pois, ainda que estas frações do Pai estejam completamente fora dos
circuitos da mente do Atuante Conjunto, elas têm alguma forma de pré-mente; elas
conhecem e são conhecidas; desfrutam do equivalente ao pensamento humano.
78&7;6:6.4 O Filho Eterno é totalmente espiritual; o homem está
muito próximo do completamente material; portanto, grande parte do que é próprio
da personalidade espiritual do Filho Eterno, das suas sete esferas espirituais
que rodeiam o Paraíso e da natureza das criações impessoais do Filho do Paraíso,
terá de esperar até que chegueis à condição espiritual que se segue ao
completamento de vossa ascensão morontial no universo local de Nebadon. E então,
conforme passais através do supra-universo em direção a Havona, muitos destes
mistérios espirituais ocultos se esclarecerão à medida que começais a ser
dotados com a "mente do espírito" — a percepção espiritual.
A Personalidade do Filho Eterno
79&1;6:7.1 O Filho Eterno é a personalidade infinita de
cujos grilhões de personalidade inqualificável o Pai Universal escapou por meio
do método da trinidização, e por virtude da qual continua, desde então,
efundindo-se num sem fim de profusão sobre seu universo, que está sempre em
expansão, universo este de Criadores e criaturas. O Filho é personalidade
absoluta; Deus é personalidade paterna — a fonte da personalidade, o que efunde
a personalidade, a causa da personalidade. Todo ser pessoal deriva a
personalidade do Pai Universal assim como o Filho Original deriva eternamente
sua personalidade do Pai do Paraíso.
79&2;6:7.2 A personalidade do
Filho do Paraíso é absoluta e puramente espiritual, e esta personalidade
absoluta também é o modelo divino e eterno; primeiro, da personalidade que o Pai
efunde sobre o Atuante Conjunto e, em seguida, da personalidade que ele efunde
sobre suas inumeráveis criaturas, por todo o imenso universo.
79&3;6:7.3 O Filho Eterno é verdadeiramente um ministro
misericordioso, um espírito divino, um poder espiritual e um ser pessoal real. O
Filho é a natureza espiritual e pessoal de Deus manifestada aos universos — a
soma e substância da Primeira Fonte e Centro, despojada do não pessoal, do
extradivino, do não espiritual e do puramente potencial. Mas é impossível trazer
à mente humana uma imagem verbal da beleza e grandeza da personalidade excelsa
do Filho Eterno. Tudo o que tende a tornar menos compreensível o Pai Universal
opera com uma influência quase igual para impedir o reconhecimento conceitual do
Filho Eterno. Deveis esperar chegar ao Paraíso e então entendereis porque fui
incapaz de descrever o caráter desta personalidade absoluta visando o
entendimento da mente finita.
A Compreensão Acerca do Filho Eterno
79&4;6:8.1 A respeito da identidade, natureza e outros
atributos da personalidade, o Filho Eterno é o pleno igual, o complemento
perfeito e a eterna contraparte do Pai Universal. No mesmo sentido em que Deus é
o Pai Universal, o Filho é a Mãe Universal. E nós todos, elevados e modestos,
compomos sua família universal.
79&5;6:8.2 Para fazer uma idéia do
caráter do Filho, deveis examinar a revelação do caráter divino do Pai; eles são
perpétua e inseparavelmente unos. Como seres pessoais divinos, são virtualmente
indistinguíveis para as classes mais modestas de inteligência. Para aqueles que
têm sua origem nos atos criativos das próprias Deidades, não é tão difícil
reconhecê-los em separado. Os seres nascidos no universo central e no Paraíso
discernem o Pai e o Filho não apenas como uma unidade pessoal de domínio
universal, mas também como dois seres pessoais distintos, operando em âmbitos
definidos da administração do universo.
79&6;6:8.3 Como pessoas,
podeis conceber o Pai Universal e o Filho Eterno como indivíduos distintos, pois
de fato o são; mas, na administração dos universos, eles estão tão entrelaçados
e inter-relacionados que nem sempre é possível estabelecer diferença entre eles.
Nos assuntos dos universos, quando se encontra o Pai e o Filho em
interassociações intrincadas, nem sempre é proveitoso tentar isolar suas
operações; lembrai simplesmente que Deus é o pensamento iniciador e que o Filho
é o verbo expresso em plenitude. Em cada universo local, esta inseparabilidade
personaliza-se na divindade do Filho Criador, que é quem representa o Pai e o
Filho perante as criaturas de dez milhões de mundos habitados.
80&1;6:8.4 O Filho Eterno é infinito, mas é acessível através das
pessoas de seus Filhos do Paraíso e através do paciente serviço do Espírito
Infinito. Sem o benefício da efusão dos Filhos do Paraíso e o serviço amoroso
das criaturas do Espírito Infinito, os seres de origem material dificilmente
poderiam ter a esperança de chegar ao Filho Eterno. E isto é igualmente
verdadeiro: com a ajuda e direção destes intercessores celestiais, o mortal com
consciência de Deus certamente chegará ao Paraíso e algum dia estará na presença
pessoal deste majestoso Filho dos Filhos.
80&2;6:8.5 Ainda que o
Filho Eterno seja o modelo a ser alcançado pelos seres pessoais mortais,
ser-vos-á mais fácil apreender a realidade do Pai e do Espírito porque o Pai é
quem, na verdade, efunde vossa personalidade humana, e o Espírito Infinito é a
fonte absoluta de vossa mente mortal. No entanto, conforme ascendeis no caminho
do Paraíso, caminho este de progresso espiritual, a personalidade do Filho
Eterno se fará cada vez mais real para vós, e a realidade de sua mente
infinitamente espiritual se fará mais discernível para vossa mente
progressivamente espiritualizada.
80&3;6:8.6 O conceito do Filho
Eterno nunca poderá resplandecer em vossa mente material nem na subseqüente
mente morontial. Até que vos espiritualizeis e que inicieis vossa ascensão
espiritual, não começareis a compreender a personalidade do Filho Eterno com a
mesma vividez com a qual concebeis a personalidade do Filho Criador do Paraíso
que, em pessoa e como pessoa, uma vez se encarnou e viveu em Urantia como um
homem entre os homens.
80&4;6:8.7 Ao longo de vossa experiência no
universo local, o Filho Criador, cuja personalidade é compreensível para o
homem, deve compensar vossa incapacidade para apreender a plena significação do
que é mais exclusivamente espiritual, mas não menos pessoal, o Filho Eterno do
Paraíso. Conforme progredis através de Orvonton e Havona, à medida que deixais
para trás as vívidas imagens e as profundas lembranças do Filho Criador de vosso
universo local, a passagem desta experiência material e morontial será
compensada pela ampliação dos conceitos e pela compreensão mais intensa do Filho
Eterno do Paraíso, cuja realidade e proximidade aumentarão cada vez mais, à
medida que avançais em direção ao Paraíso.
80&5;6:8.8 O Filho Eterno
é um ser pessoal magnânimo e glorioso. Ainda que esteja fora do alcance da mente
mortal e morontial poder apreender a realidade da personalidade deste ser
infinito, não duvideis: ele é uma pessoa. Sei do que falo. São quase inumeráveis
as vezes em que estive na presença divina deste Filho Eterno, para então viajar
pelo universo a fim de cumprir suas clementes ordens.
80&1;6:8.9
[Redigido por um Conselheiro Divino designado para formular esta declaração que
descreve o Filho Eterno do Paraíso]
Tradução Voluntária Por : Ana Maria do Nascimento