A Relação do Filho Eterno com o Universo
Introdução
81&1;7:0.1 O Filho Original está sempre tratando da
execução dos aspectos espirituais do propósito eterno do Pai, conforme este se
revela progressivamente nos fenômenos dos universos evolutivos, com seus
múltiplos grupos de seres vivos. Não compreendemos totalmente este plano eterno,
mas o Filho do Paraíso indubitavelmente o compreende.
81&2;7:0.2 O
Filho é semelhante ao Pai, já que procura efundir todo o possível de si mesmo
sobre seus Filhos de igual categoria e sobre os Filhos subordinados a estes. O
Filho também participa da natureza autodistributiva do Pai, na efusão pródiga de
si mesmo sobre o Espírito Infinito, que é o executivo conjunto dele e do Pai.
81&3;7:0.3 Como sustentador das realidades espirituais, a Segunda
Fonte e Centro é o eterno contra-peso da Ilha do Paraíso, que tão magnificamente
sustém todas as coisas materiais. Desta maneira, a Primeira Fonte e Centro está
eternamente revelada na beleza material dos primorosos modelos da Ilha Central e
nos valores espirituais da personalidade excelsa do Filho Eterno.
81&4;7:0.4 O Filho Eterno é o real sustentador da imensa criação de
realidades do espírito e de seres espirituais. O mundo espiritual é a condição
habitual, a gestão pessoal do Filho, e as realidades impessoais de natureza
espiritual sempre respondem à vontade e ao propósito do Filho Absoluto, de
personalidade perfeita.
81&5;7:0.5 O Filho não é, contudo,
pessoalmente responsável pela conduta de todos os seres pessoais espirituais. A
vontade de uma criatura pessoal é relativamente livre e, conseqüentemente,
determina as ações destes seres com volição. Portanto, o mundo espiritual do
livre arbítrio nem sempre representa verdadeiramente o caráter do Filho Eterno,
assim como a natureza de Urantia, na verdade, não revela a perfeição e a
imutabilidade do Paraíso e da Deidade. Mas não importa o que possa caracterizar
o ato do livre arbítrio do homem ou do anjo; a atração eterna que o Filho mantém
sobre o domínio universal da gravidade de todas as realidades espirituais
permanece absoluta.
O Circuito da Gravidade Espiritual
81&6;7:1.1 Tudo o que é ensinado com relação à imanência de
Deus — sua onipresença, sua onipotência e onisciência — é igualmente verdadeiro
a respeito do Filho, nos âmbitos espirituais. A gravidade espiritual de toda a
criação, pura e universal, esse circuito exclusivamente espiritual, remonta
diretamente à pessoa da Segunda Fonte e Centro. Ele governa, dominando e
operando a infalível e sempre presente atração espiritual de todos os
verdadeiros valores espirituais. Deste modo, o Filho Eterno exerce a soberania
espiritual absoluta. Ele literalmente sustenta todas as realidades espirituais e
todos os valores espiritualizados, por assim dizer, na palma de sua mão. O
domínio sobre a gravidade espiritual universal é a soberania espiritual
universal.
82&1;7:1.2 Este domínio sobre a gravidade das coisas
espirituais atua de forma independente do tempo e do espaço; portanto, é energia
espiritual que não diminui ao ser transmitida. A gravidade espiritual nunca
sofre atraso no tempo nem é submetida à diminuição no espaço. Não decresce de
acordo com o quadrado da distância de sua transmissão; os circuitos de potência
espiritual pura não se retardam em virtude da massa da criação material. E esta
transcendência do tempo e do espaço pelas energias do espírito puro é inerente à
absolutidade do Filho; não se deve à interposição das forças de antigravidade da
Terceira Fonte e Centro.
82&2;7:1.3 As realidades espirituais
respondem ao poder de atração do centro de gravidade espiritual de acordo com
seu valor qualitativo, seu grau real de natureza espiritual. A substância
espiritual (qualidade) responde à gravidade espiritual tal como a energia
organizada da matéria física (quantidade) responde à gravidade física. Os
valores espirituais e as forças espirituais são reais. Do ponto de vista da
personalidade, o espírito é a alma da criação; a matéria é o sombreado corpo
físico.
82&3;7:1.4 As reações e flutuações da gravidade espiritual
são sempre fiéis ao conteúdo de valores espirituais, à condição espiritual
qualitativa de um indivíduo ou de um mundo. Este poder de atração responde
instantaneamente aos valores interespirituais e intra-espirituais de qualquer
situação universal ou condição planetária. Toda vez que uma realidade espiritual
se atualiza nos universos, esta mudança exige o reajuste instantâneo e imediato
da gravidade espiritual. Tal espírito novo é realmente uma parte da Segunda
Fonte e Centro; e, tão certo como o homem mortal se tornará um ser
espiritualizado, assim também ele chegará ao Filho espiritual, o centro e fonte
da gravidade espiritual.
82&4;7:1.5 O poder de atração espiritual do
Filho é, em menor grau, inerente a muitas ordens filiais do Paraíso pois
existem, dentro do circuito absoluto de gravidade espiritual, os sistemas locais
de atração espiritual que funcionam em unidades menores da criação. Tais
focalizações sub-absolutas da gravidade espiritual formam parte da divindade dos
seres pessoais Criadores do tempo e do espaço, e correlacionam-se com o
supra-domínio vivencial emergente do Ser Supremo.
82&5;7:1.6 O puxão
da gravidade espiritual e a resposta a ela operam não apenas no universo como um
todo, mas até mesmo entre indivíduos e grupos de indivíduos. Existe uma coesão
espiritual entre os seres pessoais espirituais e os seres pessoais
espiritualizados de qualquer mundo, raça, nação ou grupos de indivíduos crentes.
Há uma atração direta de natureza espiritual entre as pessoas de mente
espiritual, com os mesmos gostos e desejos. O termo espíritos afins não é de
todo uma figura de retórica.
82&6;7:1.7 Tal como a gravidade
material do Paraíso, a gravidade espiritual do Filho Eterno é absoluta. O pecado
e a rebelião podem interferir na operação dos circuitos dos universos locais,
mas nada pode deter a gravidade espiritual do Filho Eterno. A rebelião de
Lúcifer produziu muitas mudanças em Urantia e em vosso sistema de mundos
habitados, mas não notamos que a quarentena espiritual resultante dela em vosso
planeta tenha afetado, de modo algum, a presença e a atuação do espírito
onipresente do Filho Eterno ou o circuito de gravidade espiritual associado a
ele.
82&7;7:1.8 Todas as reações do circuito de gravidade espiritual
do grande universo são previsíveis. Reconhecemos todas as ações e reações do
espírito onipresente do Filho Eterno, e as julgamos confiáveis. Conforme leis
bem conhecidas, podemos medir, e de fato medimos, a gravidade espiritual da
mesma maneira que o homem empreende o cálculo da ação da gravidade física
finita. Há uma resposta invariável do espírito do Filho a todas as pessoas,
seres e coisas espirituais, e esta resposta está sempre de acordo com o grau de
atualidade (o grau qualitativo de realidade) de todos estes valores espirituais.
83&1;7:1.9 Mas, ao longo desta mesma atuação confiável e previsível
da presença espiritual do Filho Eterno, encontram-se fenômenos cujas reações não
são tão previsíveis. Tais fenômenos provavelmente indicam a ação coordenada do
Absoluto da Deidade no campo dos potenciais espirituais emergentes. Sabemos que
a presença espiritual do Filho Eterno é a influência de um ser pessoal majestoso
e infinito, mas dificilmente podemos considerar as reações ligadas às supostas
atuações do Absoluto de Deidade como pessoais.
83&2;7:1.10 Visto
pelas pessoas, e a partir do ponto de vista da personalidade, o Filho Eterno e o
Absoluto da Deidade parecem estar relacionados da seguinte maneira: o Filho
Eterno domina a esfera dos valores espirituais atuais ao passo que o Absoluto da
Deidade parece impregnar o imenso campo dos valores espirituais potenciais. Todo
valor atual de natureza espiritual respalda-se na atração da gravidade do Filho
Eterno mas, caso seja potencial, então aparentemente respalda-se na presença do
Absoluto de Deidade.
83&3;7:1.11 O espírito parece emergir dos
potenciais do Absoluto da Deidade; o espírito evolutivo encontra correlação na
atração vivencial e incompleta do Supremo e do Último; o espírito acaba
encontrando seu destino final na atração absoluta da gravidade espiritual do
Filho Eterno. Este parece ser o ciclo do espírito vivencial, mas o espírito
existencial é inerente à infinitude da Segunda Fonte e Centro.
A Administração do Filho Eterno
83&4;7:2.1 No Paraíso, a presença e a atividade pessoal do
Filho Original é profunda, absoluta no sentido espiritual. Conforme saímos do
Paraíso, ao passarmos através de Havona e nos adentrarmos nos âmbitos dos sete
supra-universos, percebemos cada vez menos a atividade pessoal do Filho Eterno.
Nos universos pós-Havona, a presença do Filho Eterno está personalizada nos
Filhos do Paraíso, condicionada pelas realidades vivenciais do Supremo e do
Último e coordenada com o ilimitado potencial espiritual do Absoluto da Deidade.
83&5;7:2.2 No universo central, a atividade pessoal do Filho
Original é discernível na primorosa harmonia espiritual da criação eterna.
Havona é tão maravilhosamente perfeito que a condição espiritual e os estados de
energia deste universo modelo estão em equilíbrio perfeito e perpétuo.
83&6;7:2.3 O Filho não reside nem está pessoalmente presente nos
supra-universos; nestas criações, ele mantém apenas uma representação
suprapessoal. Estas manifestações espirituais do Filho não são pessoais; estes
espíritos não estão incluídos no circuito da personalidade do Pai Universal. Não
conhecemos nenhum termo melhor para designá-los que o de seres suprapessoais;
eles são seres finitos; não são absonitos nem absolutos.
83&7;7:2.4
Ao ser exclusivamente espiritual e suprapessoal, a administração do Filho Eterno
nos supra-universos não é discernível pelas criaturas pessoais. No entanto, o
impulso espiritual que a tudo impregna, e que se refere à influência pessoal do
Filho, é encontrado em cada fase das atividades de todos os setores da esfera de
atividades dos Anciões de Dias. Entretanto, nos universos locais, observamos que
o Filho Eterno está pessoalmente presente na pessoa dos Filhos do Paraíso. Aqui,
espiritualmente e criativamente, o Filho infinito atua nas pessoas da majestosa
equipe dos Filhos Criadores de igual categoria.
A Relação do Filho Eterno com o Indivíduo
84&1;7:3.1 Na ascensão do universo local, os mortais do
tempo consideram o Filho Criador como o representante pessoal do Filho Eterno.
Contudo, quando começam a ascender no regime de instrução do supra-universo, os
peregrinos do tempo detectam cada vez mais a presença excelsa do inspirador
espírito do Filho Eterno, e podem se beneficiar assimilando este ministério de
energização espiritual. Em Havona, os ascendentes tornam-se mais conscientes do
amoroso abraço do espírito do Filho Original, que a tudo impregna. Em nenhuma
etapa de toda a ascensão do mortal o espírito do Filho Eterno habita a mente ou
a alma do peregrino do tempo, mas este benefício está sempre próximo e
constantemente tratando do bem-estar e da segurança espiritual dos filhos do
tempo que seguem adiante.
84&2;7:3.2 O puxão da gravidade espiritual
do Filho Eterno constitui o segredo inerente à ascensão ao Paraíso das almas
humanas que sobrevivem. Todos os valores genuínos do espírito e todas as pessoas
autenticamente espiritualizadas permanecem dentro do alcance infalível da
gravidade espiritual do Filho Eterno. A mente mortal, por exemplo, inicia sua
caminhada como mecanismo material e acaba por se unir ao Corpo de Finalidade
como existência espiritual quase aperfeiçoada, tornando-se progressivamente
menos sujeita à gravidade material e, correlativamente, respondendo cada vez
mais ao impulso do puxão para dentro da gravidade espiritual durante toda esta
experiência. O circuito de gravidade espiritual literalmente puxa a alma do
homem em direção ao Paraíso.
84&3;7:3.3 O circuito de gravidade
espiritual é o canal básico para transmitir as preces genuínas, que saem do
coração crente e humano, do nível da consciência humana para a real consciência
da Deidade. O quê de vossas petições represente um verdadeiro valor espiritual
será recolhido pelo circuito universal da gravidade espiritual e passará
imediata e simultaneamente a todos os seres pessoais divinos que dizem respeito.
Cada um deles irá tratar do que pertence ao seu setor pessoal. Portanto, na
prática de vossa vivência religiosa é irrelevante se, ao dirigir vossas
súplicas, visualizais o Filho Criador de vosso universo local ou o Filho Eterno,
no centro de todas as coisas.
84&4;7:3.4 A operação diferenciadora
do circuito de gravidade espiritual talvez possa ser comparada com a função do
circuito nervoso no corpo humano material; as sensações percorrem as vias
nervosas em direção ao interior; algumas se detêm nos centros espinhais
inferiores reflexos e respondem a estes; outras continuam em direção aos centros
menos reflexos, mas rotineiros, do cérebro inferior enquanto os impulsos mais
importantes e vitais são remetidos por estes centros secundários e são
imediatamente registrados nos mais elevados níveis da consciência humana.
84&5;7:3.5 Mas quão mais perfeita é a magnífica técnica do mundo
espiritual! Se algo que se origina em vossa consciência estiver repleto de
supremo valor espiritual, uma vez que lhe tenhais dado expressão, nenhum poder
no universo pode impedi-lo de remeter diretamente ao Ser Pessoal Espiritual
Absoluto de toda a criação.
84&6;7:3.6 Pelo contrário, se vossas
súplicas forem puramente materiais e inteiramente egocêntricas, não existe plano
algum por meio do qual tais preces sem valor possam se respaldar no circuito
espiritual do Filho Eterno. O conteúdo de toda petição que não é "ditada pelo
espírito" não encontra lugar no circuito espiritual universal; essas petições
inteiramente egoístas e materiais se perdem; não ascendem nos circuitos dos
verdadeiros valores espirituais. Tais palavras são como "um bronze que soa e um
címbalo que tine".
85&1;7:3.7 É o pensamento inspirado, o conteúdo
espiritual, o que valida a súplica do mortal. As palavras não têm valor.
Os Planos de Perfeição Divina
85&2;7:4.1 O Filho Eterno está em perpétua união com o Pai
no prosseguimento satisfatório do plano divino de progresso: o plano universal
para a criação, evolução, ascensão e perfeição das criaturas de vontade. E, em
dedicação divina, o Filho é o eterno igual do Pai.
85&3;7:4.2 O Pai
e seu Filho são como um só na formulação e no prosseguimento deste colossal
plano de realização do avanço dos seres materiais do tempo em direção à
perfeição eterna. Este projeto para a elevação espiritual das almas ascendentes
do espaço é uma criação conjunta do Pai e do Filho os quais, com a cooperação do
Espírito Infinito, empenham-se juntos na execução de seu divino propósito.
85&4;7:4.3 Este plano divino para atingir a perfeição abrange três
empreendimentos únicos, embora maravilhosamente correlacionados, de aventura
universal :
85&5;7:4.4 1. O plano de realização progressiva. Este é
o plano de ascensão evolucionária estabelecido pelo Pai Universal, um programa
aceito sem reservas pelo Filho Eterno quando ele concordou com a proposta do Pai
: "Façamos as criaturas mortais à nossa própria imagem". Esta preparação para o
melhoramento das criaturas do tempo envolve a efusão dos Modeladores de
Pensamento da parte do Pai e a dotação das criaturas materiais com as
prerrogativas da personalidade.
85&6;7:4.5 2. O plano de efusão. O
plano universal seguinte é o grande empreendimento da revelação do Pai,
empreendimento este do Filho Eterno e de seus Filhos de igual categoria. Esta é
a proposta do Filho Eterno e consiste na sua efusão dos Filhos de Deus sobre as
criações evolutivas para ali personalizarem e darem existência real, para
encarnarem e tornar real o amor do Pai e a misericórdia do Filho para com as
criaturas de todos os universos. Inerente ao plano de efusão, e como aspecto
provisório deste serviço de amor, os Filhos do Paraíso atuam como reabilitadores
daquilo que a vontade transviada das criaturas colocaram em perigo espiritual.
Quando e onde quer que ocorra um atraso na operação do plano de realização, se
porventura alguma rebelião frustrar ou complicar este empreendimento, então as
providências de emergência do plano de efusão entram, sem demora, em ação. Os
Filhos do Paraíso comprometeram-se a atuar prontamente como recuperadores, a
entrar no próprio campo da rebelião e ali restaurar a condição espiritual das
esferas. E um Filho Criador de igual categoria realizou este serviço heróico em
Urantia, junto com sua caminhada de efusão vivencial a fim de adquirir a
soberania.
85&7;7:4.6 3. O Plano do Ministério da Misericórdia. Uma
vez formulados e proclamados os planos de realização e de efusão, sozinho e de
si mesmo o Espírito Infinito planejou e pôs em operação o empreendimento
colossal e universal do ministério da misericórdia. Este é o serviço que é tão
essencial para a operação prática e efetiva, tanto da tarefa de realização como
da de efusão, e todos os seres pessoais espirituais da Terceira Fonte e Centro
participam do espírito de serviço da misericórdia, que tanto faz parte da
natureza da Terceira Pessoa da Deidade. O Espírito Infinito atua, verdadeira e
literalmente, não apenas na criação mas também na administração como o executivo
conjunto ao Pai e ao Filho.
86&1;7:4.7 O Filho Eterno é o fiduciário
pessoal, o guardião divino do plano universal do Pai para a ascensão das
criaturas. Tendo promulgado o mandato universal "Sede perfeitos como eu sou
perfeito", o Pai confiou a realização deste colossal empreendimento ao Filho
Eterno; e o Filho Eterno compartilha com seu divino igual em categoria, o
Espírito Infinito, o incentivo a esta excelsa empresa. Deste modo, as Deidades
cooperam efetivamente no trabalho da criação, direção, evolução, revelação,
ministério e, se necessário, no trabalho de restabelecimento e reabilitação.
O Espírito de Efusão
86&2;7:5.1 Sem reservas, o Filho Eterno se uniu ao Pai
Universal na propagação do formidável decreto para toda a criação: "Sede
perfeitos como vosso Pai em Havona é perfeito". E desde então esta ordem-convite
tem inspirado todos os planos de sobrevivência e projetos de efusão do Filho
Eterno e de sua imensa família de Filhos companheiros de igual categoria. E
nestas mesmas efusões os Filhos de Deus tornaram-se "o caminho, a verdade e a
vida" para todas as criaturas evolucionárias.
86&3;7:5.2 O Filho
Eterno não pode contatar diretamente os seres humanos como o Pai o faz através
da dádiva dos Modeladores de Pensamento pré-pessoais, mas o Filho Eterno
acerca-se dos seres pessoais criados por meio de uma série de diminuições
graduais de filiação divina, até que lhe seja possível estar diante da presença
do homem, às vezes como homem mesmo.
86&4;7:5.3 A natureza puramente
pessoal do Filho Eterno é incapaz de se fracionar. O Filho Eterno ministra como
influência espiritual ou como pessoa, nunca de outra maneira. É impossível para
o Filho tornar-se parte da experiência da criatura no sentido que o Modelador do
Pai dela participa, mas o Filho Eterno compensa esta limitação por meio da
técnica da efusão. As experiências de encarnação dos Filhos do Paraíso
significam para o Filho Eterno o mesmo que a experiência das entidades
fracionadas significa para o Pai Universal.
86&5;7:5.4 O Filho
Eterno não vem ao homem mortal como a vontade divina — o Modelador do Pensamento
que mora na mente humana — mas o Filho Eterno veio ao homem mortal em Urantia
quando o ser pessoal divino, seu Filho, Miguel de Nebadon, encarnou-se na
natureza humana de Jesus de Nazaré. Para compartilhar da experiência dos seres
pessoais criados, os Filhos de Deus do Paraíso devem assumir a mesma natureza de
tais criaturas e encarnar suas divinas personalidades como as próprias
criaturas. A encarnação, o segredo de Sonarington, é o método utilizado pelo
Filho para libertar-se do que de outra forma seria sua reclusão nas cadeias do
absolutismo da personalidade.
86&6;7:5.5 Há muito, muito tempo
atrás, o Filho Eterno se efundiu sobre cada um dos circuitos da criação central,
para a iluminação e o progresso de todos os habitantes e peregrinos de Havona,
incluindo os peregrinos ascendentes do tempo. Em nenhuma destas sete efusões ele
atuou como um ascendente ou como um nativo de Havona. Ele existiu como ele
mesmo. Sua experiência foi única; ela não foi com nem como um ser humano ou
outro peregrino mas, de alguma maneira, foi associativa no sentido suprapessoal.
86&7;7:5.6 Ele tampouco passou pelo período de descanso que ocorre
entre o circuito interior de Havona e as orlas do Paraíso. Não é possível para
ele, um ser absoluto, suspender a consciência da personalidade pois todas as
linhas da gravidade espiritual se centram nele. E durante o período destas
efusões, a luminosidade espiritual no alojamento central do Paraíso não se
atenuou nem a atração da gravidade espiritual universal que o Filho exerce
diminuiu.
87&1;7:5.7 As efusões do Filho Eterno em Havona não estão
no alcance da imaginação humana; elas foram transcendentais. Então e
subseqüentemente, ele ampliou a experiência de todo Havona; mas não sabemos se
ele adicionou esta experiência à suposta capacidade vivencial da sua própria
natureza existencial. Isso seria parte do mistério da efusão dos Filhos do
Paraíso. Cremos, contudo, que o que quer que o Filho tenha adquirido nestas
missões de efusão ele o reteve desde então; mas não sabemos o que.
87&2;7:5.8 Sejam quais forem nossas dificuldades para compreender as
efusões da Segunda Pessoa da Deidade, compreendemos bem a efusão de Havona, de
um Filho do Filho Eterno que literalmente atravessou os circuitos do universo
central e que realmente participou das experiências que constituem a preparação
do ascendente para chegar a ser Deidade. Este foi o Miguel original, o
primogênito do Filho Criador, que passou pelas experiências da vida dos
peregrinos ascendentes, de circuito em circuito, e que pessoalmente percorreu
com eles uma etapa de cada círculo, nos tempos de Grandfanda que, de todos os
mortais, foi o primeiro a chegar a Havona.
87&3;7:5.9 Afora tudo o
mais que este Miguel original revelou, ele tornou real para as criaturas de
Havona a efusão transcendente do Filho Materno Original; tão real que, para todo
o sempre, cada peregrino do tempo que labuta na aventura de chegar aos circuitos
de Havona sente-se encorajado e fortalecido no indubitável conhecimento de que o
Filho Eterno de Deus abdicou sete vezes o poder e a glória do Paraíso para
participar das experiências dos peregrinos do tempo e do espaço, nos sete
circuitos de realização progressiva de Havona.
87&4;7:5.10 O Filho
Eterno serve como modelo de inspiração para todos os Filhos de Deus, em seus
ministérios de efusão por todos os universos do tempo e do espaço. Os Filhos
Criadores de igual categoria e os Filhos Magistrados companheiros, junto com
outras ordens filiais não reveladas, participam desta extraordinária boa vontade
de se efundir sobre as diversas classes de vida das criaturas, e como as
próprias criaturas. Portanto, em espírito e devido à afinidade de natureza assim
como o fato de sua origem, torna-se verdade que nas efusões de cada Filho de
Deus sobre os mundos do espaço, nestas efusões, do começo ao fim delas e por
meio delas, o Filho Eterno efunde-se sobre as criaturas de vontade inteligente
dos universos.
87&5;7:5.11 Em espírito e natureza, se não for em
todos os atributos, cada Filho do Paraíso é um retrato divinamente perfeito do
Filho Original. É literalmente verdade que quem quer que tenha visto um Filho do
Paraíso, viu o Filho Eterno de Deus.
Os Filhos de Deus do Paraíso
87&6;7:6.1 A falta de conhecimento a respeito dos múltiplos
Filhos de Deus origina uma grande confusão em Urantia. E esta ignorância
persiste em face das declarações registradas num conclave destes seres pessoais
divinos: "Quando os Filhos de Deus proclamavam júbilo, e todas as Estrelas
Matutinas louvavam juntas". A cada milênio, no padrão de tempo do setor, as
diversas ordens de Filhos divinos reúnem-se periodicamente para seus conclaves.
87&7;7:6.2 O Filho Eterno é a fonte pessoal dos admiráveis atributos
de misericórdia e serviço que tão prodigamente caracterizam todas as ordens dos
Filhos de Deus descendentes, conforme atuam por toda a criação. O Filho Eterno
infalivelmente transmite toda a natureza divina, se não toda a infinidade de
atributos, aos Filhos do Paraíso que saem da Ilha Eterna para revelar seu
caráter divino ao universo de universos.
88&1;7:6.3 O Filho Original
e Eterno é a descendência-pessoa do "primeiro" pensamento completo e infinito do
Pai Universal. Cada vez que o Pai Universal e o Filho Eterno juntos projetam um
novo pensamento original, idêntico, único, absoluto e pessoal, naquele mesmo
instante essa idéia criativa personaliza-se perfeita e finalmente no ser e na
personalidade de um novo e original Filho Criador. Em natureza espiritual, em
sabedoria divina e no poder criativo coordenado, estes Filhos Criadores são
potencialmente iguais a Deus Pai e a Deus Filho.
88&2;7:6.4 Os
Filhos Criadores saem do Paraíso para os universos do tempo e, com a cooperação
dos intercessores criativos e reitores da Terceira Fonte e Centro, eles
completam a organização dos universos locais, os quais são de evolução
progressiva. Estes Filhos não estão ligados nem tratam dos governos centrais e
universais da matéria, da mente e do espírito. Por isso, estão limitados em seus
atos criativos pela pré-existência, prioridade e primazia da Primeira Fonte e
Centro e de seus Absolutos de igual categoria. Estes Filhos apenas podem
administrar o que eles trazem à existência. A administração absoluta é inerente
à prioridade de existência e é inseparável da eternidade de presença. O Pai
permanece primordial nos universos.
88&3;7:6.5 Da mesma maneira que
os Filhos Criadores são personalizados pelo Pai e pelo Filho, os Filhos
Magistrados são personalizados pelo Filho e pelo Espírito. Estes são os Filhos
que, em suas experiências de encarnação como criaturas, ganham o direito de
servir nas criações do tempo e do espaço como os juízes da sobrevivência.
88&4;7:6.6 O Pai, o Filho e o Espírito também se unem para
personalizar os versáteis Filhos Mestres Trinitários, os quais percorrem o
grande universo como mestres excelsos de todos os seres pessoais, tanto humanos
como divinos. E há outras numerosas ordens filiais do Paraíso que não foram
trazidas à atenção dos mortais de Urantia.
88&5;7:6.7 Entre o Filho
Materno Original e estas hostes de Filhos do Paraíso, dispersas por toda a
criação, há um canal de comunicação direto e exclusivo, um canal cuja função é
inerente à qualidade da afinidade espiritual, a qual os une em laços de
associação quase que absolutamente espirituais. Este circuito interfilial é
completamente diferente do circuito universal de gravidade espiritual, e também
se centra na pessoa da Segunda Fonte e Centro. Todos os Filhos de Deus que têm
origem nas pessoas das Deidades do Paraíso estão em comunicação direta e
constante com o Eterno Filho Materno. E tal comunicação é instantânea; ela é
independente do tempo ainda que algumas vezes esteja condicionada pelo espaço.
88&6;7:6.8 O Filho Eterno não apenas tem, o tempo todo, um
conhecimento perfeito no que se refere à condição, aos pensamentos e às
múltiplas atividades de todas as ordens filiais do Paraíso, como também tem, o
tempo todo, um conhecimento perfeito referente a tudo o que existe de valor
espiritual nos corações de todas as criaturas, na criação central primária da
eternidade e nas criações temporais secundárias dos Filhos Criadores de igual
categoria.
A Suprema Revelação do Pai
88&7;7:7.1 O Filho Eterno é uma revelação completa,
exclusiva, universal e final do espírito e da personalidade do Pai Universal.
Todo conhecimento e toda informação relativa ao Pai deve provir do Filho Eterno
e de seus Filhos do Paraíso. O Filho Eterno vem da eternidade e, de forma total
e incondicionalmente espiritual, é um com o Pai. Em personalidade divina, eles
são da mesma categoria; em natureza espiritual, eles são iguais; em divindade,
eles são idênticos.
89&1;7:7.2 Intrinsecamente, o caráter de Deus
não poderia ser melhorado de modo algum na pessoa do Filho pois o Pai divino é
infinitamente perfeito, mas esse caráter e essa personalidade são exaltados em
virtude de se despojarem do não-pessoal e do não-espiritual, a fim de serem
revelados aos seres criados. A Primeira Fonte e Centro é muito mais que
personalidade, mas todas as qualidades espirituais da personalidade paterna
estão espiritualmente presentes na personalidade absoluta do Filho Eterno.
89&2;7:7.3 O Filho primeiro e seus Filhos estão empenhados na
revelação universal da natureza espiritual e pessoal do Pai para toda a criação.
No universo central, nos supra-universos, nos universos locais ou nos planetas
habitados, é um Filho do Paraíso quem revela o Pai Universal aos homens e aos
anjos. O Filho Eterno e seus Filhos revelam à criatura a via de acesso ao Pai
Universal. E mesmo nós, de origem elevada, entendemos o Pai de modo mais pleno
conforme estudamos a revelação de seu caráter e personalidade no Filho Eterno e
nos Filhos do Filho Eterno.
89&3;7:7.4 O Pai desce até vós como ser
pessoal somente através dos Filhos divinos do Filho Eterno. E vós chegais ao Pai
por este mesmo caminho vivo e ascendeis ao Pai guiados por este grupo de Filhos
divinos. E isto permanece verdadeiro, não obstante vossa própria personalidade
ser uma efusão direta do Pai Universal.
89&4;7:7.5 Em todas estas
atividades amplamente disseminadas na vasta administração espiritual do Filho
Eterno, não olvideis que o Filho é uma pessoa tão verdadeira e real como o Pai o
é. De fato, para os seres que alguma vez pertenceram à classe humana, o Filho
Eterno será de mais fácil acesso que o Pai Universal. No progresso dos
peregrinos do tempo através dos circuitos de Havona, estareis aptos a chegar ao
Filho muito antes de estardes preparados para discernir o Pai.
89&5;7:7.6 Compreendereis mais acerca do caráter e da natureza
misericordiosa do Filho Eterno de misericórdia conforme meditais na revelação
destes atributos divinos que, num serviço de amor, vosso próprio Filho Criador
realizou, ele que foi Filho do Homem na terra e agora é o grandioso soberano de
vosso universo local: O Filho do Homem e Filho de Deus.
89&6;7:7.7
[Redigido por um Conselheiro Divino designado para formular esta declaração que
descreve o Filho Eterno do Paraíso]
Tradução Voluntária Por : Ana Maria do Nascimento