O Pai
por Luís Carlos Dolabella Chagas
Deus é espírito — personalidade
de espírito; o homem também é espírito — personalidade
potencial de espírito. Jesus de Nazaré atingiu a realização
plena da sua personalidade potencial de espírito, na experiência
humana; conseqüentemente a sua realização, em vida,
da vontade do Pai, torna-se a revelação mais real
e ideal da personalidade de Deus. Ainda que a personalidade do Pai Universal
possa ser apreendida apenas por meio de uma experiência religiosa
factual, na vida terrena de Jesus somos inspirados pela demonstração
perfeita desta realização e da revelação da
personalidade de Deus numa experiência verdadeiramente humana.
O
Nome do Pai
Nos mundos em que um Filho do Paraíso
viveu uma vida de outorgamento, Deus geralmente é conhecido
por algum nome que seja indicativo de um relacionamento pessoal, de alguma
afeição terna ou devoção paternal. Na sede
da vossa constelação, referimo-nos a Deus como o Pai Universal;
e, nos diversos planetas do nosso sistema local de mundos habitados, Ele
é alternadamente conhecido como o Pai dos Pais, o Pai do Paraíso,
o Pai de Havona e o Pai Espírito. Aqueles que conhecem a Deus,
através das revelações dos outorgamentos dos
Filhos do Paraíso, sempre cedem ao apelo sentimental da relação
tocante que advém da associação entre a Criatura e
o Criador, e referem-se a Deus como o “nosso Pai”.
A
Realidade de Deus
Deus é a realidade primordial no mundo
do espírito; Deus é a fonte da verdade, nas esferas da mente;
Deus cobre, com a sua sombra, todas as partes dos reinos materiais.
Para todas as inteligências criadas,
Deus é uma personalidade e, para o universo dos universos, Ele é
a Primeira Fonte e Centro da realidade eterna. Deus não se
assemelha ao homem, nem à máquina. O Primeiro Pai é
espírito universal, a eterna verdade, a realidade infinita e a personalidade
paterna.
A realidade da existência de Deus, O
Pai, é demonstrada na experiência humana, pela presença
divina que reside dentro do homem, o espírito Monitor, enviado
do Paraíso para viver na mente mortal do homem e para ali assisti-lo
na evolução da sua alma imortal, na sua sobrevivência
eterna. A presença desse Ajustador divino, na mente humana, se faz
conhecer por três fenômenos experienciais:
1. A capacidade intelectual para conhecer
Deus — a consciência de Deus.
2. O impulso espiritual de encontrar Deus
— a busca de Deus.
3. O anseio da personalidade de ser como Deus
— o desejo, de todo o coração, de fazer a vontade de Deus.
A
única prova da existência do Pai
Aqueles que conhecem a Deus experienciaram
o fato da Sua presença; tais mortais conhecedores de Deus,
na sua experiência pessoal, têm a única prova positiva
da existência do Deus vivo que um ser humano pode oferecer a outro.
A existência de Deus está muito além de qualquer possibilidade
de demonstração, a não ser pelo contato entre a consciência
que a mente humana tem de Deus e a presença de Deus, no Ajustador
do Pensamento, que reside no intelecto mortal e que é outorgado
ao homem, como dádiva graciosa do Pai Universal.
Deus
é um Espírito Universal
“Deus é espírito”. Ele é
uma presença espiritual universal. O Pai Universal é uma
realidade espiritual infinita; Ele é “o soberano eterno, imortal,
invisível e o único Deus verdadeiro”. Ainda que sejais
a “progênie de Deus”, não deveis pensar que o Pai seja como
vós, na forma e no aspecto físico, por que foi dito que fostes
criados “à sua imagem” — habitados que sois pelos Monitores Misteriosos,
vindos da morada central, da Sua eterna Presença. Os seres do espírito
são reais, apesar de serem invisíveis aos olhos humanos,
mesmo que não sejam de carne e sangue.
Deus é um espírito universal;
Deus é a pessoa universal. A realidade pessoal suprema da
criação finita é espírito; a realidade última
do cosmo pessoal é espírito absonito. Apenas os níveis
da infinitude são absolutos; e apenas em tais níveis existe
finalidade de unidade entre a matéria, a mente e o espírito.
Nos universos, Deus o Pai é, em potencial,
o supracontrolador da matéria, da mente e do espírito. Somente
por meio do imenso circuito da Sua personalidade é que Deus lida
diretamente com as personalidades da Sua vasta criação
de criaturas volitivas, mas Ele é contatável fora
do Paraíso apenas nas presenças das Suas entidades fragmentadas,
a vontade de Deus na vastidão dos universos. Este espírito
do Paraíso, que reside na mente dos mortais do tempo e que nela
fomenta a evolução da alma imortal da criatura sobrevivente,
é da mesma natureza e divindade que o Pai Universal. Mas as mentes
dessas criaturas evolucionárias originam-se nos universos locais;
e devem atingir a perfeição divina, realizando as transformações
experienciais, de alcance e de realização espiritual, que
são o resultado inevitável da escolha da criatura de fazer
a vontade do Pai nos Céus.
Deus é muito mais do que uma personalidade,
do modo que a personalidade é entendida pela mente humana; Ele é
mais ainda do que qualquer conceito possível de uma suprapersonalidade.
Mas é totalmente inútil discutir um conceito tão incompreensível,
o da personalidade divina, com as mentes das criaturas materiais, para
quem o máximo, em matéria de conceito da realidade do ser,
consiste na idéia e no ideal de personalidade. O mais elevado conceito
que a criatura material faz do Criador Universal está englobado
nos ideais espirituais de uma idéia exaltada(elevada), que ela pode
ter da personalidade divina. Portanto, se bem que possais saber que a personalidade
de Deus deve ser mais do que o que pode alcançar uma concepção
humana de personalidade, igualmente, tão bem o sabeis que o Pai
Universal não pode, possivelmente, ser nada menos do que uma personalidade
eterna, infinita, verdadeira, boa e bela.
As naturezas dos Filhos Criadores do Paraíso
não abrangem todos os potenciais inqualificáveis da absolutez
universal da natureza infinita da Primeira Fonte e Centro; mas o Pai Universal
está, sob todos os pontos de vista, divinamente presente nos Filhos
Criadores. O Pai e os seus Filhos são um. Estes Filhos do Paraíso,
da ordem dos Michaéis, são personalidades perfeitas, modelos
originais, mesmo, de todas as personalidades do universo, desde a do Brilhante
Estrela Matutina até a das criaturas humanas mais primárias,
de evolução animal progressiva.
Quanto mais a fundo descermos, na escala da
vida, mais difícil torna-se localizar o Pai invisível, com
os olhos da fé. As criaturas mais baixas — e algumas vezes mesmo
as personalidades mais elevadas — acham sempre difícil visualizar
o Pai Universal nos seus Filhos Criadores. E assim, até chegar o
momento da sua elevação espiritual, quando, então,
a perfeição do desenvolvimento as capacitará a ver
Deus, em pessoa, elas ficam cansadas na progressão, alimentam dúvidas
espirituais, caem em confusão e assim isolam-se das metas espirituais
progressivas do seu tempo e universo. Desta maneira elas perdem a capacidade
de ver o Pai, quando contemplam o Filho Criador. A salvaguarda mais segura,
para a criatura, na longa luta para alcançar o Pai, durante essa
época em que as condições inerentes tornam esse alcance
de realização impossível, é agarrar-se com
tenacidade ao fato da verdade da presença do Pai nos seus Filhos.
Literal e figurativamente, espiritual e pessoalmente, o Pai e os Filhos
são um. É um fato: aquele que tiver visto um Filho Criador
terá visto o Pai.
Nas criaturas mortais volitivas o Pai está
efetivamente presente no Ajustador residente, um fragmento do Seu espírito
pré-pessoal; e o Pai é também a fonte da personalidade
desta criatura volitiva mortal.
À exceção da presença
da Deidade do Pai , cada universo local é, num certo sentido, uma
duplicação da organização administrativa da
criação central ou modelo. Embora o Pai Universal esteja
pessoalmente presente no Seu universo de residência, Ele não
reside as mentes dos seres que se originam no universo Dele, como Ele literalmente
reside as almas dos mortais do tempo e do
espaço. Parece haver uma
compensação infinitamente sábia no ajustamento e na
regência dos assuntos espirituais da vasta criação.
No universo central o Pai está pessoalmente presente, como tal,
mas está ausente nas mentes dos filhos daquela criação
perfeita; nos universos do espaço, a pessoa do Pai está ausente,
sendo representada pelos seus Filhos Soberanos; enquanto Ele está
intimamente presente nas mentes dos Seus filhos mortais, sendo representado
espiritualmente pela presença prépessoal dos Monitores Misteriosos
que residem nas mentes das criaturas de vontade.
Todos os mundos esclarecidos reconhecem e
adoram o Pai Universal, o elaborador eterno e o sustentador infinito de
toda a criação. As criaturas volitivas, de universo
em universo, embarcaram na longa, bastante longa jornada até
o Paraíso, esta luta fascinante, a eterna aventura de alcançar
Deus o Pai. A meta transcendente dos filhos do tempo é ir ao encontro
do Deus eterno, é compreender a Sua natureza divina e reconhecer
o Pai Universal. As criaturas que conhecem a Deus têm apenas uma
ambição suprema, um só desejo ardente, que é
o de tornar-se, nas suas próprias esferas, perfeitos como Ele o
é, na perfeição do Seu Paraíso de personalidade
e na Sua esfera universal de supremacia na retidão. Do Pai Universal,
que habita a eternidade, emanou o supremo mandato: “Sede perfeitos,
assim como Eu sou perfeito”. Em amor e em misericórdia, os
mensageiros do Paraíso levaram essa exortação divina,
através das idades e através dos universos, até mesmo
às criaturas inferiores de origem animal, tais como as raças
humanas de Urântia.
Eu procedo do eterno e tenho, repetidamente,
retornado à presença do Pai Universal. Sei da realidade e
da personalidade da Primeira Fonte e Centro, o Pai Eterno e Universal.
Sei que, conquanto o grande Deus seja absoluto, eterno e infinito, Ele
é também bom, divino e pleno de graças. Sei da verdade
das grandes declarações: “Deus é espírito”
e “Deus é amor”, e esses dois atributos foram revelados e estão
revelados ao universo, da forma mais completa, pelo Filho Eterno. ( Um
Conselheiro Divino)
O que-não-é-pessoal nunca atinge
o nível do pessoal, exceto por um ato direto do Pai do Paraíso.
A outorga da personalidade é função
exclusiva do Pai Universal, é a personalização dos
sistemas vivos de energia, aos quais Ele dota com os atributos de relativa
consciência criadora e com o correspondente controle de livre arbítrio.
Não há personalidade fora de Deus, o Pai, e nenhuma personalidade
existe senão para Deus, o Pai ( e em Deus, o Pai). Os atributos
fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador
da personalidade humana, são outorgamentos do Pai Universal, agindo
no Seu domínio, exclusivamente pessoal, de ministração
cósmica.
Quando a mente de uma criatura, com o dom
da personalidade, é residida por um fragmento do espírito
do Deus eterno, o outorgamento pré-pessoal, do Pai pessoal,
então, essa personalidade finita possui o potencial do divino e
do eterno e aspira a um destino semelhante ao do Último, tentando
mesmo alcançar a compreensão do Absoluto.
Assim como toda a gravidade está encircuitada(
ligada em circuito) à Ilha do Paraíso, toda a mente está
ligada em circuito ao Agente Conjunto e todo o espírito ao Filho
Eterno, e assim toda a personalidade está encircuitada à
presença pessoal do Pai Universal, e este circuito transmite, infalivelmente,
a adoração de todas as personalidades à Personalidade
Original e eterna.
A beleza, a verdade e a bondade,
O mistério divino consiste na diferença
que existe entre o finito e o infinito, o temporal e o eterno, a criatura
do espaço e do tempo e o Criador Universal, o material e o espiritual,
a imperfeição do homem e a perfeição da Deidade
do Paraíso. Infalivelmente, o Deus do amor universal manifesta-se
a cada uma das Suas criaturas, até a plenitude da capacidade da
criatura de apreender espiritualmente as qualidades da verdade, da beleza
e da bondade divinas.
O conceito da verdade poderia ser, possivelmente,
mantido à parte da personalidade; o conceito da beleza pode existir
sem a personalidade; mas o conceito da bondade divina só é
compreensível em relação à personalidade. Somente
uma pessoa pode amar e ser amada. Até mesmo a beleza e a
verdade não teriam esperança de sobrevivência se não
fossem atributos de um Deus pessoal, de um Pai repleto de amor.
Deus é uma causa para a ciência,
uma idéia para a filosofia; e para a religião é uma
pessoa, ou, mesmo, o Pai celeste, cheio de amor. Para o cientista, Deus
é uma força primordial; para o filósofo, uma hipótese
de unidade; para o religioso, uma experiência espiritual viva. O
conceito inadequado que o homem tem da personalidade do Pai Universal,
pode ser aperfeiçoado apenas pelo próprio progresso espiritual
do homem no universo; e tornar-se-á verdadeiramente adequado apenas
quando os peregrinos do tempo e do espaço finalmente alcançarem
o abraço divino do Deus vivo no Paraíso.
Quanto mais completamente o homem compreender
a si próprio e apreciar os valores da personalidade nos seus semelhantes,
tanto mais ansiará por conhecer a Personalidade Original e, mais
honestamente, este ser humano sabedor de Deus lutará para ser como
a Personalidade Original. Vós podeis argumentar, baseados em opiniões
sobre Deus, mas a experiência com Ele e Nele está acima e
além de qualquer controvérsia humana e da mera lógica
intelectual. O homem sabedor de Deus descreve as suas experiências
espirituais não para convencer os descrentes, mas para a edificação
e a satisfação mútua entre os que acreditam.
O Pai Universal fala a cada um de nós.
Mas ele não fala ao nosso espírito. Ele fala por meio do
nosso espírito.( Vamos então parar para entender isso)
Os conceitos mais elevados de personalidade,
no universo, implicam: identidade, auto-consciência, vontade própria
e possibilidade de auto-revelação. E essas características
implicam, ainda, uma comunhão de amizade com personalidades iguais
e diferentes, tal como existe nas associações das personalidades
das Deidades do Paraíso. E a unidade absoluta dessas associações
é tão perfeita que a divindade se torna conhecida pela indivisibilidade
e pela unidade. “O Senhor Deus é um”. A indivisibilidade
da personalidade não interfere no outorgamento, feito por Deus,
do Seu espírito, para que viva nos corações dos homens
mortais. A indivisibilidade da personalidade de um pai humano não
impede que ele reproduza filhos e filhas mortais.
A existência da Trindade do Paraíso
é um fato que não viola, de forma nenhuma, a verdade da unicidade
divina. As três personalidades da Deidade do Paraíso são
unas, em todas as suas reações à realidade do universo
e em todas as relações com as criaturas, são como
uma. E a existência dessas três pessoas eternas tampouco viola
a verdade da indivisibilidade da Deidade. Eu estou plenamente cônscio
de que não disponho de nenhum idioma adequado para deixar claro,
para a mente mortal, como esses problemas do universo se nos mostram. Mas
vós não deveis desencorajar-vos; nem todas essas coisas estão
totalmente claras, mesmo para as altas personalidades pertencentes ao meu
grupo de seres do Paraíso. Tende sempre em mente que as verdades
profundas a respeito da Deidade irão clareando-se cada vez mais,
à medida que as vossas mentes, progressivamente, tornarem-se mais
espiritualizadas, durante as sucessivas épocas da longa ascensão
mortal até o Paraíso.
A Trindade das Deidades eternas do Paraíso
facilita ao Pai escapar do absolutismo da personalidade. A Trindade
associa perfeitamente a expressão ilimitada da vontade pessoal infinita
de Deus com a absolutez da Deidade. O Filho Eterno e os vários Filhos
de origem divina, junto com o Agente Conjunto e os seus filhos do universo,
efetivamente proporcionam ao Pai a liberação das limitações,
de outro modo inerentes à primazia, à perfeição,
à imutabilidade, à eternidade, à universalidade, à
absolutez e à infinitude.
A AUTO-DISTRIBUIÇÃO DA
PRIMEIRA FONTE E CENTRO: Poderia parecer que o Pai, lá atrás
na eternidade, tenha inaugurado uma política de profunda autodistribuição.
Há, inerentemente à natureza sem egoísmo, amante e
amável do Pai Universal, algo que O tenha levado a reservar-Se para
exercer apenas aqueles poderes e aquela autoridade que aparentemente tenha
Ele achado impossível delegar ou outorgar.
O Pai Universal despojou-Se sempre de toda
a parte de Si mesmo que era outorgável a qualquer outro Criador
ou Criatura. Ele delegou aos Seus Filhos divinos, e às inteligências
a eles associadas, todo o poder e toda a autoridade que poderiam ser delegados.
Ele transferiu, de fato, aos seus Filhos Soberanos, nos seus respectivos
universos, toda a prerrogativa de autoridade administrativa que era transferível.
Nos assuntos de um universo local, Ele fez cada Criador Soberano tão
perfeito, competente e com tanta autoridade quanto o Filho Eterno,
no universo central e original. Ele entregou, na verdade, outorgou, com
a dignidade e a santidade da posse da personalidade, tudo de Si, e todos
os Seus atributos, tudo de que Ele possivelmente poderia despojar-Se, de
todas as formas, em todas a idades, em todos lugares e para todas as pessoas
e em todos os universos, exceto aquele da sua morada central.
Para o conhecimento da personalidade do Pai
e dos seus atributos divinos, nós seremos eternamente dependentes
das revelações do Filho Eterno, pois que quando o ato
conjunto de criação foi efetuado, quando a Terceira Pessoa
da Deidade surgiu para a existência, em personalidade, e executou
os conceitos combinados dos seus pais divinos, o Pai cessou de existir
enquanto personalidade inqualificável. Com a vinda do Agente Conjunto
à existência e com a materialização do núcleo
central da criação, certas modificações eternas
aconteceram. Deus deu a Si próprio, como uma personalidade absoluta,
ao Seu Filho Eterno. Assim o Pai outorga a "personalidade da infinitude"
ao Seu Filho unigênito, enquanto ambos outorgam a "personalidade
conjunta", da Sua união eterna, ao Espírito Infinito.
A
Personalização da Deidade
Pela técnica da trinitarização,
o Pai despoja-Se daquela personalidade inqualificável ( ou sem restrições)
do espírito que o Filho é, mas, fazendo assim, Ele constitui-Se
como Pai deste mesmo Filho e, conseqüentemente, reinveste-Se da capacidade
ilimitada de tornar-Se o Pai divino de todos os tipos personalizados de
criaturas volitivas inteligentes, subseqüentemente criados, eventuados
ou de outro tipo de criatura. Enquanto personalidade absoluta e inqualificável,
o Pai pode funcionar apenas como o Filho e com o Filho, mas, enquanto
PAI PESSOAL, ELE continua a outorgar a personalidade às diversas
hostes de níveis diferentes de criaturas volitivas inteligentes,
e mantém, para sempre, relações pessoais de união
de amor com a vasta família dos Seus filhos do universo.
Após o Pai ter outorgado à personalidade
do Seu Filho a plenitude de Si próprio e, quando este ato de autodotação
torna-se completo e perfeito, os copartícipes eternos outorgam conjuntamente
as qualidades e os atributos, do poder infinito e da natureza que assim
existe na união Pai-Filho, constituindo, ainda, um outro ser como
Eles próprios; e essa personalidade conjunta, o Espírito
Infinito, completa a personalização existencial da Deidade.
O Pai Universal, antes do seu despojamento
voluntário de personalidade, de poderes e de atributos, que constituiu
o Filho e o Espírito, parece ter sido (considerando-se filosoficamente)
uma Deidade inqualificável, absoluta, infinita. Mas uma Primeira
Fonte e Centro de tal modo teórica, sem um Filho, não poderia,
em nenhum sentido da palavra, ser considerada o Pai Universal —
a paternidade não é real sem a filiação. Além
disso, o Pai, para ter sido absoluto num sentido pleno, deve ter existido
sozinho, em algum momento eternamente distante. Mas Ele nunca teve uma
tal existência solitária; o Filho e o Espírito são
ambos coeternos com o Pai. A Primeira Fonte e Centro tem sempre sido, e
para sempre o será, o Pai eterno do Filho original e, com o Filho,
o eterno progenitor do Espírito Infinito.
Ao outorgar absolutez de personalidade ao
Filho Eterno, o Pai Universal escapa das correntes do absolutismo da personalidade,
mas, ao fazê-lo, Ele dá um passo que torna para sempre impossível
para Si agir a sós, como o absoluto da personalidade. E, com a personalização
final da Deidade coexistente — o Agente Conjunto — advém a interdependência
crítica trinitária das três personalidades divinas,
no que diz respeito à totalidade de funcionamento da Deidade, no
campo (do) absoluto.
O Pai Universal é infinito, absoluta
e inqualificavelmente, em todos os Seus atributos; e esse fato, em si e
por si mesmo, isola-O, automaticamente, de toda comunicação
pessoal direta com os seres materiais finitos e com outras inteligências
inferiores criadas.
A divindade e a eternidade, o Pai compartilha-as
com um grande número de seres superiores, do Paraíso, mas
questionamos se a infinitude e se a conseqüente primazia universal
seriam plenamente compartilhadas com qualquer deles, exceto com os
Seus associados coordenados da Trindade do Paraíso.
Embora o Pai Universal, muito certamente,
governe a sua vasta criação, Ele funciona, para a administração
de um universo local, por intermédio da pessoa do Filho Criador.
O nosso Filho Criador exerce o mesmo poder
de atração espiritual, a mesma gravidade espiritual, a partir
da sede central do universo local, que o Filho Eterno do Paraíso
exerceria se estivesse Ele, pessoalmente, presente em Salvington, e mais;
este Filho do Universo é também a personificação
do Pai Universal para o universo de Nebadon.
O Filho Criador personaliza o vicegerente
do Pai Universal, o coordenado divino do Filho Eterno e o associado criativo
do Espírito Infinito. Para o nosso universo e para todos os seus
mundos habitados o Filho Soberano é, para todos os intentos e propósitos
práticos, Deus. Ele personifica todas as Deidades do Paraíso
que os mortais em evolução podem compreender com discernimento.
Um
serviço da Irmandade para os
Leitores
do Livro de Urantia