História do Movimento Urantia
tradução em português por Ana Maria Nascimento Roberto - lpneto@zaz.com.br

Tabela de Assuntos 

  1.   Atividades de contato anteriores aos Escritos de Urantia.
  2.   Como Os Escritos de Urantia começaram.
  3.   Do Fórum aos contatos.
  4.   O Fórum começa a fazer perguntas.
  5.   O Fórum torna-se um grupo fechado.
  6.   Os primeiros Escritos de Urantia.
  7.   A recepção dos Escritos completos.
  8.   O atraso na recepção dos Escritos sobre Jesus.
  9.   Razão para o silêncio com respeito aos detalhes das Origens do Livro de Urantia.
  10.   Como recebemos os Escritos de Urantia.
  11.   A tarefa dos membros da Comissão de Contato.
  12.   Os setenta.
  13.   O mandato de publicação.
  14.   A Fundação Urantia.
  15.   A Fraternidade Urantia.
  16.   Apêncice I : Como "não" obtivemos o Livro de Urantia

 

Nota do editor : O seguinte documento foi digitalizado a partir de anotações datilografadas que se acredita terem sido escritas pelo Dr. William S. Sadler, ao preparar uma história do movimento Urantia (1) que, segundo parece, nunca chegou a ser completada ou publicada. Não estão assinadas nem há nada nelas que realmente indique tal autoria. Entretanto, elas estavam simplesmente "no escritório" visto que ele supostamente os escreveu no começo dos anos 60. Para os que trabalham nos escritórios da Fellowship (2) , que conheceram e trabalharam com o Dr. Sadler enquanto estava vivo, estas anotações são autênticas. Também disponho de uma narração, datada de 1960 e atribuída à Marian Rowley. A narração de Marian não é mais que uma versão condensada desta que se reproduz abaixo e que contém suas observações sobre os itens que, em sua "história oficial", ela pretende omitir o original.

A Fraternidade Urantia (3), por outro lado, obteve em 1960 os direitos de publicação desta "história oficial" , que é aparentemente derivada das anotações reproduzidas abaixo, e que contém a seguinte nota de introdução:

"Esta narrativa histórica foi preparada por um grupo de pioneiros de Urantia com o auxílio de membros da comissão de contato, tendo sido sua distribuição aprovada pelos membros do Comitê Executivo da Fraternidade Urantia. 1960"

  1. Nota do tradutor : "Urantia" é o nome dado à Terra por entidades supra-naturais.
  2. Nota do tradutor : geralmente traduzido como "Irmandade".
  3. Nota do tradutor: geralmente traduzido como "Fraternidade Urantia".

 Atividades de contato anteriores aos escritos de Urantia

Parecia que, durante estes primeiros anos, nossos amigos invisíveis estavam ocupados analisando rigorosamente a pessoa de contato, ensaiando a técnica de comunicação, selecionando os membros da comissão de contato - de fato, de uma maneira geral, estabelecendo o palco para o posterior início da entrega dos "Escritos de Urantia".

No decurso destes primeiros anos, fomos apresentados a muitos conceitos novos e estranhos para nós, conceitos estes acerca do universo de universos e referentes ao homem e sua vida na terra.

Dentre as numerosas idéias novas sobre cosmologia e filosofia, poderiam ser destacadas as seguintes:

1. Novo conceito do extenso cosmos.

2. Milhões de outros planetas habitados.

3. Exposição de uma grande quantidade de níveis diferentes e variados de seres celestiais.

4. Confirmação da origem evolutiva da humanidade e mesmo de um cosmos evolutivo.

5. Indícios de múltiplas Deidades Criadoras.

6. Deste pondo à prova nossos conceitos teológicos. Paciente determinação de até onde poderiam ser modificadas nossas crenças teológicas e opiniões filosóficas.

7. Sem percebermos, num período de aproximadamente vinte anos, nossa visão fundamental da religião e nossas atitudes mudaram de maneira considerável.

8. Familiarizamo-nos com termos como "A Primeira Fonte e Centro" , "Havona" , "supra-universos" e o "Ser Supremo" - mas tínhamos pouca ou nenhuma idéia do significado real destes termos.

9. Também ouvimos palavras como "Espíritos Maiores" , "espaço exterior" e "Diretores de Potência" . Porém, mais uma vez, pouco compreendíamos seu significado. Também aprendemos sobre numerosas ordens de anjos.

10. Ouvimos falar dos "Modeladores de Pensamento" , mas nosso conceito do significado deste termo era vago e indefinido.

11. Havíamos adquirido um conceito confuso acerca dos níveis morontiais de existência - mas nunca ouvimos a palavra "morontia" ser usada até que os Escritos começaram.

12. Os intermediadores eram muito reais para nós - freqüentemente falávamos com eles durante nossos diversos "contatos". Compreendíamos plenamente que os intermediadores secundários supervisionavam os contatos.

13. Sabíamos de alguma coisa acerca da rebelião de Lúcifer, mas tínhamos pouca ou nenhuma informação sobre Adão e Eva.

14. Deu-nos a impressão de que havia razões especiais para a efusão de Jesus em Urantia, mas tínhamos pouca ou nenhuma idéia da natureza destas razões irreveladas.

15. Ocasionalmente ouvíamos referência à vida e aos ensinamentos de Jesus - mas eles se mostravam muito cautelosos na hora de introduzir conceitos novos com relação à efusão de Miguel em Urantia. De toda a Revelação de Urantia, os que mais surpreenderam foram os Escritos sobre Jesus.

16. Enquanto não ouvimos o termo "Corpo de Finalidade", tínhamos uma vaga idéia de que o destino dos mortais sobreviventes talvez fosse o Paraíso.

Nossos amigos supra-naturais tardaram, portanto, algo mais que duas décadas em estender nosso horizonte cósmico, em ampliar nossos conceitos teológicos e em expandir nossa visão geral da filosofia.

Nunca percebemos o quanto nossos pensamentos religiosos haviam se expandido até que os Escritos começaram a chegar. À medida que a revelação avançava, mais percebíamos como havíamos sido preparados para a enorme modificação de nossas crenças religiosas no período de mais de vinte anos de contatos preliminares de pré-ensino.

Nosso aprendizado para o serviço posterior, associado com a entrega dos Escritos de Urantia nos foi facilitado pelo fato de que, excetuando os contatos com os intermediadores, não houve dois contatos iguais. Raramente estes seres nos visitaram mais de uma vez. Cada contato era completamente diferente dos que já haviam acontecido anteriormente. E toda esta experiência foi uma extensa e generosa preparação educacional, de instrução na expansão de nossa cosmologia, teologia e filosofia - para não dizer de nossa iniciação nas novas idéias e conceitos acerca de uma vasta coleção de assuntos rotineiros.

O limitado exame sobre a vida e ensinamentos de Jesus durante estes contatos prévios à revelação poderia ser explicado pelo fato de que os intermediadores tinham certas dúvidas sobre até onde chegava sua autoridade em tais questões - tal como foi mostrado depois, quando foi consumido todo um ano para tornar claro seus direitos de recontar a história da efusão de Miguel.

Nós, aqueles que compareceram primeiro a estas vigílias noturnas jamais suspeitamos que estávamos em contato com um fato sobrenatural.

Durante estes primeiros anos, com todas as nossas observações e pesquisas, fracassamos completamente em desvendar a técnica de passar as mensagens à escrita.

Como Os Escritos de Urantia começaram

 

Depois de aproximadamente vinte anos de experiência com contatos, durante uma dessas vigílias noturnas, um suposto visitante estudante, falando através deste sujeito (4) dormindo, disse-nos em resposta à uma de nossas perguntas : "Se soubésseis com quem estais falando, não farias perguntas tão triviais. Antes, farias perguntas que trariam à tona respostas de supremo valor para a raça humana".

Aquilo foi para nós um forte impacto, igual a uma leve reprimenda, que nos fez considerar esta experiência singular diante da qual estávamos, de uma nova e diferente maneira. Mais tarde, naquela mesma noite, um dos nossos disse : "Já que nos pediram, façamos-lhes perguntas que nenhum ser humano pode responder".

É melhor agora que as coisas parem por aqui para podermos mudar essa narrativa para um cenário diferente.

Nota do tradutor:

(4) sujeito: é o indivíduo cujo nome se vai omitir. 

 

Como começou o Fórum

 

Dr. William Sadler, um membro deste primeiro grupo de observadores e pesquisadores, conta-nos a seguinte história com respeito à origem do grupo de indivíduos interessados que mais tarde se tornaria conhecido como "Fórum". Diz ele:

De caminho à Universidade de Kansas para dar algumas conferências sobre Psicologia Gestalt, escrevi uma carta à meu filho dizendo-lhe que eu achava que os médicos deveriam manter algum tipo de contato com seus antigos pacientes. Propus que comentasse com sua mãe a possibilidade de nos reunirmos em casa aos domingos à tarde, convidando alguns de nossos velhos amigos, para conversarmos por uma ou duas horas e nos relacionarmos de maneira informal.

Quando regressei à Chicago, num domingo pela manhã, vi que minha esposa havia convidado para as três horas da tarde, em nossa casa, um grupo de nossos antigos pacientes nossos. Planejávamos conduzir estas reuniões de domingo da seguinte maneira: em primeiro lugar, falaríamos sobre saúde - algo como o tratamento dos resfriados comuns ou a causa e cura da ansiedade e, logo depois de uma xícara de chá, entraríamos num debate informal - com perguntas e respostas.

À medida que o tempo passava, este grupo se tornou uma reunião mais cosmopolita, consistindo em homens e mulheres de carreira - médicos, advogados, dentistas, pastores de igreja, professores - junto com gente de todas as posições sociais na vida: agricultores, donas de casa, secretárias, operários e trabalhadores comuns.

Do Fórum aos contatos

 

Naquele tempo, pediram-me que desse uma série de palestras sobre "Higiene Mental" ou "Fenômenos psíquicos" . Ao início da primeira palestra, eu disse : "Com apenas duas exceções, todos os fenômenos psíquicos que tenho investigado são fraudes conscientes ou inconscientes. Alguns eram fraudes intencionais, outros foram casos raros nos quais o autor era vítima das ilusões de seu próprio subconsciente".

Não tinha dito mais nada quando uma pessoa do grupo interveio dizendo : "Doutor, se o senhor entrou em contato com algo que foi incapaz de resolver, seria interessante que nos contasse algo mais sobre isso.

Pedi à Dra. Lena que pegasse algumas notas que ela tinha tomado num "contato" recente e elas foram lidas ao grupo. Deve ficar claro que até aquele momento não existia nenhum tipo de discrição ligado a este caso. Os Escritos de Urantia ainda não tinham começado a aparecer.

Foi mais ou menos neste momento que se começou a chamar de "Fórum" este grupo que se reunia em nossa casa aos domingos à tarde.

O grupo demostrou um interesse tão grande neste caso que nunca consegui dar nenhuma das palestras sobre saúde que havia planejado.

Foi durante estes debates informais, de semana em semana, que nos foi proposto o desafio de fazermos perguntas mais importantes para que pudéssemos obter informações de valor para toda a humanidade.

 

O Fórum começa a fazer perguntas

 

Contamos tudo ao Fórum e convidamos todos a somar conosco na preparação das perguntas. Decidimos começar com questões relativas a origem do cosmos, da Deidade, da criação, assim como de outros temas que ultrapassavam em muito o conhecimento atual da humanidade.

No domingo seguinte foram trazidas centenas de perguntas. Nós as separamos, descartando as repetidas e, de uma forma geral, as classificamos. Pouco depois aparecia o Primeiro Escrito de Urantia como resposta à estas perguntas. Desde o princípio até o fim, quando os Escritos apareciam, as perguntas desapareciam.

Este foi o procedimento seguido durante os muitos anos de recepção dos Escritos de Urantia. Se não havia perguntas, não havia escritos.

 

O Fórum torna-se um grupo fechado

 

Por volta desta ocasião, de alguma maneira, o Fórum nos foi tirado. Deram-nos instruções para que formássemos um "grupo fechado" - requerendo a todos os membros que assinassem uma promessa solene de discrição e de comentar os Escritos e tudo o que se referisse a eles somente com aquelas pessoas que fossem membros do Fórum.

Carnês de membros foram emitidos e contabilizou-se trinta membros fundadores. Esta organização foi constituída em setembro de 1925. Dezessete destes membros ainda vivem.

As pessoas encarregadas de recolher as perguntas e de comparar o texto datilografado com o original escrito à mão passaram a ser conhecidas como "Comissão de Contato". Deste ponto em diante só os membros da Comissão de Contato cuidavam dos "contatos" e recebiam as comunicações escritas através da pessoa de contato.

De quando em quando, depois de ser entrevistado pela junta diretora e assinar a mesma promessa solene que os primeiros membros fundadores haviam assinado, novos membros eram admitidos ao Fórum. Essa promessa dizia :

"Reconhecemos nossa promessa solene de discrição, renovando nosso juramento de não comentar as Revelações de Urantia nem tema algum relacionado a esta com ninguém, exceto com os membros ativos do Fórum, nem tomar notas de tal tema conforme lido ou debatido nas sessões gerais, nem fazer cópias ou anotações do que pessoalmente lemos."

A última assembléia de repercussão do Fórum teve lugar em 31 de maio de 1942. Durante seus dezessete anos de existência oficial chegou ao total de 486 membros.

Durante o período de recepção dos Escritos de Urantia, mais de 300 pessoas diferentes participaram da confecção destas perguntas de tanta repercussão. Com poucas exceções, todos os Escritos de Urantia foram dados em resposta a estas perguntas. 

 

Os primeiros Escritos de Urantia

 

O primeiros grupo de escritos chegou a 57. Recebemos então uma comunicação recomendando-nos que, já que podíamos fazer muitas perguntas, e mais inteligentes, os agentes encarregados da supervisão e as pessoas responsáveis pela transmissão dos 57 Escritos se dedicariam a ampliar a revelação e a desenvolver os Escritos de acordo com nossas novas perguntas.

Este era o plano : Leríamos um Escrito num domingo à tarde; no domingo seguinte, apresentávamos as novas perguntas. Uma vez mais, elas seriam separadas, classificadas, etc. Este programa se estendeu por vários anos e culminou com a entrega dos 196 Escritos como se encontram no Livro de Urantia. (5)

Nota do tradutor:

(5) The Urantia Book: geralmente traduzido como "Livro de Urantia".

 

A recepção dos Escritos completos

 

De certo modo, houve uma terceira entrega. Depois de se receber estes 196 Escritos, nos foi dito que a "Comissão de Revelação" gostaria que examinássemos de novo os Escritos e que fizéssemos mais perguntas relativas ao "aclaramento dos conceitos" e à "supressão de ambigüidades". Este programa mais uma vez estendeu-se por vários anos. Durante este período nos foi trazida muito pouca informação nova. Somente trocas de pouca importância foram feitas em alguns dos Escritos. Acrescentou-se algo, suprimiu-se algo, mas houve pouca revisão ou ampliação do texto.

O que acaba de ser registrado refere-se mais em particular às partes I, II e III do Livro de Urantia. A parte IV - os Escritos sobre Jesus - tiveram origem de um modo um pouco diferente. Eles foram produzidos por uma comissão de intermediadores e completados um ano mais tarde que os outros escritos. As três primeiras partes foram completadas e nos foram certificadas em 1934 D.C.. Os escritos sobre Jesus não nos foram entregues até 1935.

 

O atraso na recepção dos Escritos sobre Jesus

 

O atraso de um ano na recepção dos Escritos sobre Jesus - a Parte IV do Livro de Urantia - pode ser explicado assim: os intermediadores estavam um pouco apreensivos sobre se convinha se envolverem no caso jurídico ainda pendente nos tribunais do Universo - Gabriel versus Lúcifer - e tinham dúvidas quanto a completar seu projeto até que lhe foi garantido que tinham plena autoridade para recontar a história da vida de Jesus na terra.

Depois de alguns meses de espera, veio um mandato de Uversa determinando que a Liga dos Intermediadores de Urantia prosseguisse com seu projeto de revelar a história da vida e dos ensinamentos de Miguel quando encarnado em Urantia, e não somente assegurando-lhes que não estavam em "desacato" aos tribunais de Uversa mas ,em vez disso, confirmavam o mandato de realizar este serviço e advertiam qualquer pessoa relacionada com isto que se abstivesse de interferir ou de obstruir de alguma maneira a execução desta empresa..

E esta é a explicação do porquê dos Escritos sobre Jesus aparecerem um ano depois de se ter completado os outros Escritos.

 

Razão para o silêncio com respeito aos detalhes das Origens do Livro de Urantia

 

Dentre as várias razões que nos foram dadas quando nos foi requerido que não comentássemos os detalhes de nossas experiências pessoais com relação com a origem do Livro de Urantia, pode-se destacar estas duas :

1. Características desconhecidas. Há muita coisa relacionada com a aparição dos Escritos de Urantia que nenhum humano compreende totalmente. Nenhum de nós realmente sabe exatamente como este fenômeno se efetivou. Há muitos elos perdidos em nossa compreensão sobre como esta revelação chegou a aparecer em inglês escrito.

Se qualquer um de nós dissesse a alguém o que verdadeiramente sabe sobre a técnica e os métodos empregados durante todos os anos de obtenção desta Revelação, essa narrativa não satisfaria a ninguém : há muitos elos perdidos.

2. A razão principal para não revelar a identidade da "pessoa de contato" é que os reveladores celestiais não queriam que nenhum ser humano - nenhum nome humano - fosse associado ao Livro de Urantia. Eles querem que esta revelação se sustente por suas próprias declarações e ensinamentos.

Estão determinados a que as futuras gerações recebam o livro completamente livre de qualquer conexão com algum mortal - eles não querem nenhum São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O livro nem sequer leva a estampa da impressora que o fez.

Lembre-se : você poderia apreciar um bom poema mesmo se não conhecesse o autor. Da mesma forma, pode-se desfrutar de uma sinfonia mesmo que não se saiba nada acerca do seu compositor.

 

Como recebemos os Escritos de Urantia

 

Praticamente tudo o que se sabe ou se pode dizer das origens dos Escritos de Urantia é encontrado, aqui e ali, no Livro de Urantia. A lista destas referências pode ser encontrada no verso da sobrecapa do Livro.

Vejamos rapidamente estas citações (6):

1. Página 1, parágrafo 2: Esta passagem refere-se à dificuldade de apresentar conceitos espirituais amplos devido às limitações impostas pela linguagem humana, em inglês neste caso.

2. Página 1, parágrafo 4: Uma comissão de Orvonton participou na revelação e preparou este Prólogo.

3. Página 17, parágrafo 1: Para a expor esta revelação de valores espirituais e significados universais ampliados, tomaram mais de mil conceitos humanos das mentes de seres humanos do presente e do passado.

4. Página 16, parágrafo 8 e página 1343, parágrafo 1: Em toda revelação da verdade, dá-se a preferência aos mais elevados conceitos humanos de idealidade e realidade existentes. Só na ausência do conceito humano se revela o conhecimento supra-humano.

5. Página 1109, parágrafo 4 : Os reveladores raras vezes têm liberdade para antecipar descobertas científicas. A verdade é atemporal mas os ensinamentos a respeito das ciências físicas e de certas fases da cosmologia se tornarão parcialmente obsoletos como resultado das novas descobertas provenientes do avanço da investigação científica. A cosmologia da Revelação de Urantia não é inspirada. A sabedoria humana deve evoluir.

6. Página 215, parágrafo 2-9 : A pedagogia humana vai do simples ao complexo. A Revelação de Urantia começa com o mais complexo e continua com o mais simples. Em lugar de começar com o homem se estendendo para cima a fim de alcançar a Deus, os Escritos de Urantia começam com Deus se estendendo para baixo a fim de chegar ao homem.

7. Página 865, parágrafo 6-7 : A narração da função dos intermediadores em iniciar e levar avante até completar a Revelação de Urantia.

8. Página 865, parágrafo 2 e página 1208, parágrafo 7 : As criaturas intermediadoras sempre são empregadas no fenômeno de comunicação com os seres materiais através das "pessoas de contato". O "sujeito" através de quem os Escritos de Urantia foram cedidos possuia um Modelador de Pensamento altamente experimentado. A relativa indiferença e despreocupação do "sujeito" com relação ao trabalho de seu Modelador interior foi bastante favorável para a realização e finalização do projeto de revelação.

9. Página 1256, parágrafo1 : A pessoa de contato era membro do Corpo de Reserva de Destino deUrantia. Esta era uma das várias condições que favoreceu a concessão da Revelação de Urantia.

10. Página 1008, parágrafo 3: A Revelação de Urantia é única por ter múltiplos autores. A Revelação de Urantia, como as que a antecedem, não é inspirada.

11. Página 32, parágrafo 2: um Conselheiro Divino "descreve a realidade e a natureza do Pai com irrefutável autoridade".

12 Página 17, parágrafo 2: Os reveladores contam com os Modeladores interiores e com o Espírito da Verdade para nos ajudar na nos apossarmos da verdade contida na Revelação de Urantia.

13. Página 1007, parágrafo 1: A revelação está em relação com a evolução. A revelação se adapta à época de sua concessão. A nova revelação mantém contato com as revelações anteriores.

Nota do tradutor:

(6) Página/parágrafos referentes à versão em inglês.

 

A tarefa dos Membros da Comissão de Contato

 

Durante estes primeiros anos, os membros da Comissão de Contato receberam muitas comunicações e instruções por escrito. Quase todas as mensagens tinham anotações ao pé da última página, que diziam: "Para ser queimada no mais tardar na publicação dos Escritos de Urantia". Este era o plano de nossos amigos invisíveis para impedir a aparição de "apócrifos de Urantia" posteriores à publicação do Livro de Urantia.

Tudo isto nos encorajava porque nos dava a segurança de que os Escritos de Urantia seriam publicados em algum momento. Aquilo sustentava nossas esperanças durante tão longos anos de espera.

O fato de nunca ter sido providenciado nada para substituir os membros da Comissão de Contato que pudessem deixá-la por incapacidade ou falecimento também nos alentava na crença de que o Livro seria publicado durante a vida de alguns de nós.

Os comissionados eram os custódios do manuscrito de Urantia e guardavam a cópia em papel carbono da transcrição datilografada numa câmara à prova de fogo. Também eram os responsáveis por supervisionar todos os pormenores relacionados com a publicação do Livro, pela proteção dos direitos internacionais de reprodução, etc.

Foi-nos determinado que nos abstivéssemos de comentar a identidade da pessoa de contato e, depois da publicação do Livro, nunca especificar se o "sujeito" estava vivo ou falecido.

Os setenta

 

Em 1939, alguns de nós chegaram à conclusão de que era o momento de formar uma turma para nos dedicarmos ao estudo mais sério e metódico dos Escritos de Urantia. O projeto foi apresentado ao Fórum, chegando a 70 as pessoas que desejavam tomar parte neste grupo de estudo. Assim, durante vários anos, fazia-se referência a esta turma como "Os setenta". Dois ou três anos antes da formação dos Setenta existia um grupo informal que se reunia às quartas-feiras à noite.

O grupo dos Setenta conduziu um estudo metódico dos Escritos de Urantia de 13 de abril de 1939 até o verão de 1956, e seria o precursor da posterior "Escola da Fraternidade Urantia".

Durante estes anos, 107 estudantes inscreveram-se nos Setenta.

Os Setenta conduziram estudos, teses escritas e elaboraram práticas de ensino por 17 anos. Neste período, oito comunicações escritas pelo Serafim de Progresso ligado ao Governo Planetário supra-humano de Urantia foram dadas aos Setenta.

O mandato de Publicação

 

Por fim, foi concedida a permissão para publicar os Escritos de Urantia. A introdução a este mandato dizia :

"Consideramos o Livro de Urantia como um traço da evolução progressiva da sociedade humana. Não guarda relação com o impressionante episódio da revolução dos tempos, embora sua aparição pareça coincidir cronologicamente como despertar de tal revolução da sociedade humana. O Livro pertence à era imediatamente posterior à conclusão da presente luta ideológica. Esse será o dia em que os homens estarão dispostos a buscar a verdade e a retidão. Quando o caos da confusão atual tiver passado, será possível e de modo mais fácil formular a harmonia da ordem de uma era nova e melhor nas relações humanas. E é para esta melhor ordem das coisas na terra que o Livro foi preparado".

"Mas a publicação deste livro não foi adiada para esta (possível) data algo remota. A publicação precoce do livro foi promovida para que estivesse disponível para o treinamento de orientadores e instrutores. Sua presença também é necessária para atrair a atenção de pessoas com meios que possam prover fundos para a tradução a outros idiomas".

Ao receber estas instruções, a Comissão de Contato empreendeu a tarefa de publicar o Livro de Urantia e de planejar a sua distribuição.

Os escritos foram publicados tal como os recebemos. Os membros da Comissão de Contato não tinham autoridade editorial. Nosso trabalho limitou-se à "ortografia, maiúsculas e pontuação".

Antes de seu falecimento em agosto de 1939, a Dra. Lena K. Sadler tinha coletado um fundo de publicação de cerca de vinte mil dólares, que foi usado para a tipografia e preparação de placas para a impressão do livro.

A Fundação Urantia

 

Foram estas placas do Livro de Urantia que serviram de base para a formação da Fundação Urantia. Esta fundação, constituída sob as leis de Illinois, formalizou-se em 11 de janeiro de 1950. Os primeiros membros do quadro do Conselho Diretor foram :

William M. Hales, presidente;

William S. Sadler Jr. , vice-presidente;

Emma L. Christensen, secretária;

Wilfred C. Kellogg, tesoureiro;

Edith Cook, secretária assistente.

Sabe-se que um dos membros endinheirados do Fórum desejava contribuir com a quantia de US$ 50.000 para a publicação do Livro. Deram instruções para evitar aquilo, pois nos disseram que era melhor dar à todas as partes interessadas a oportunidade de contribuir com fundos para a publicação.

Portanto, foi solicitado 50.000 dólares para cobrir os gastos da impressão de dez mil exemplares. A resposta foi imediata. A soma da contribuição foi superior a quarenta e nove mil dólares. A primeira contribuição que chegou aos escritórios da Fundação foi de mil dólares por parte do Sir Hurbert Wilkins, o já falecido explorador do ártico.

O livro foi publicado sob os direitos internacionais de reprodução em 12 de outubro de 1955.

 

A Fraternidade Urantia

 

Era inevitável que surgisse algum tipo de organização fraternal a partir dos ensinamentos do Livro de Urantia. Todas as pessoas que mostraram interesse constataram que os ensinamentos de Urantia eram opostos ao sectarismo dos crentes cristãos. Ficava claro que o propósito da Revelação de Urantia não era fundar uma nova igreja.

Portanto, em 2 de janeiro de 1955, um grupo de pessoas que acreditavam nos ensinamentos do Livro, e que estavam interessadas em sua divulgação, reuniram-se em Chicago para formalizar a Fraternidade Urantia, uma organização voluntária e fraternal dos crentes de Urantia. Foram 36 os membros fundadores da Fraternidade Urantia.

Aprovou-se os estatutos e o regulamento, e desde esta data várias sociedades se constituíram por todo os Estados Unidos.

O objetivo geral da Fraternidade se expressa bem no Preâmbulo dos estatutos :

Preâmbulo

 

"Visto que estamos profundamente convictos de que o conforto, a felicidade e o bem-estar do homem se engrandecerão com a criação de uma organização dedicada aos objetivos que são citados nas partes que se seguem, e que se expressam no mútuo auxílio e na associação de um conjunto de pessoas trabalhando juntas para uma causa comum, pela presente nos unimos como associados e fraternidade voluntária sob o nome de Fraternidade Urantia, e pela presente adotamos e estabelecemos os estatutos da Fraternidade Urantia".

Apêndice I

Como "não" obtivemos o Livro de Urantia

 

Recentemente, um grupo de pastores da igreja do norte de Indiana, dedicados ao estudo do Livro de Urantia, passou o dia conosco e, durante a noite, o Dr. Sadler conduziu um estudo sobre "Como não obtivemos o Livro de Urantia.

O ponto seguinte foi o principal desta exposição :

Vários membros deste grupo que participou dos "contatos" que precederam a aparição dos escritos de Urantia tinham uma considerável experiência na investigação de fenômenos psíquicos. Este grupo logo chegou à conclusão de que o fenômeno relacionado com a pessoa de contato, que depois ficou associada aos Escritos de Urantia, não era de nenhuma maneira similar às bem conhecidas manifestações psíquicas tais como hipnotismo, a escrita automática, a clarividência, os transes, a mediunidade espírita, a telepatia ou a dupla personalidade.

Deve ficar bem claro que os antecedentes aos Escritos de Urantia não estão de maneira alguma vinculados ao que se denomina espiritualismo, com suas sessões e supostas comunicações com os espíritos de seres humanos falecidos.