21 passos para um
despertamento espiritual
por Harry McMullan, III
tradução em português por Ana Maria Nascimento Roberto
Passo 7 : Aceitando o Perdão de Deus
Aceitamos a plenitude do perdão de Deus e a erradicação espiritual de todas as nossas más ações e faltas.
Uma vez que tenhamos confrontado nossos erros e nossas más ações, que as tenhamos confessado a Deus e a um amigo de confiança, que tenhamos perdoado a todo aquele que tenha nos ofendido, que tenhamos pedido o perdão àqueles que ofendemos, e que tenhamos reparado, estamos autorizados a experimentar a plenitude do perdão de Deus e a confiantemente tomar lugar na família universal do Pai. Com a ajuda de Deus enfrentamos nossos medos, repudiamos o falso orgulho reconhecendo perante os outros o que fizemos, pedimos desculpas àqueles a quem ferimos e, no melhor de nossas capacidades, corrigimos os erros de nosso passado.
E então vem um ato crucial de fé : devemos deixar todos estes assuntos para nosso Pai e permitir-lhe que remova mesmo suas lembranças. Negociamos estes erros passados no melhor de nossa capacidade e estamos autorizados a nos libertar de seu peso morto. Devemos agora cessar com quaisquer outras considerações sobre estes erros, abandonando-os e esquecendo-os enquanto nos movemos para o futuro que Deus preparou para nós. Más lembranças se tornam irreais como os pesadelos após acordarmos, à medida que Deus cura nossas almas. Temos demonstrado misericórdia para com aqueles que nos ofenderam e não deveríamos imaginar que nosso Pai seria menos misericordioso conosco. O Pai nos compreendeu deste o princípio, nossos erros e como chegamos a cometê-los; ele considerou nossa fragilidade com os olhos misericordiosos de um pai. Deus perdoou nossos equívocos mesmo antes de lhe pedirmos pois seu perdão não estava condicionado em nada que fizemos, mas existia naturalmente como o amor de um pai. Deus já havia perdoado mesmo que a experiência do perdão não estivesse disponível até que tivéssemos perdoado, pedido perdão e reparado.
Aceitar o perdão de Deus requer que entreguemos a ele todos os aspectos de nossos erros passados. Chafurdarmos mais em nossos erros passados apenas nos levaria a um ciclo degenerativo de frustração, de culpa e auto-acusação. Acabou-se; Deus tem perdoado; uma vida nova nos acena além do monte.
Os passos do perdão nos libertam da prisão do passado; desembaraçados, podemos levar a efeito nossa vida nova no espírito. Nossa regeneração não foi um ato de contrição, como se um Deus severo nos solicitasse a passar por um ritual de penitência, mas foi empreendida porque era certa, adequada, e a resposta responsável à situação que criamos. O Pai apenas desejava que nos humilhássemos para que pudéssemos, por meio disso, nos tornar livres. Os enganos de nosso passado cujo desfazer estiverem além de nossas forças, retrocedem na obscuridade do esquecimento à medida que o perdão dissolve e destrói toda a força residual que ainda no presente nos prende.
Estamos nos livrando de todos os grilhões do comportamento destrutivo e aprendendo a fazer a vontade do Pai de forma mais profunda. Encontramos o Pai no sorriso renovado de um amigo que nos era distante e sentimos o prazer que resulta de estarmos harmonizados com o universo — nosso universo. Estamos em paz com tudo o que aconteceu anteriormente, até com os erros, e temos confiança de que Deus vai revelar o bem de cada um destes episódios infelizes. Temos experimentado a verdade e jamais poderíamos voltar ao pecado. Podemos viver agora nossa nova vida com entusiasmo e força.
Referências do Livro de Urantia :
Deus é divinamente bondoso com os pecadores. Quando os rebeldes volvem à retitude, são misericordiosamente recebidos, "pois nosso Deus é rico em perdão". "Eu sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim, e já não me lembro dos teus pecados". "Vede que prova de amor nos deu o Pai : que sejamos chamados filhos de Deus". 2:5.4
O perdão dos pecados pela Deidade resulta na renovação das relações de lealdade após, durante certo tempo, um período de consciência humana da interrupção de tais relações como conseqüência de uma rebelião consciente. Não é necessário buscar o perdão mas tão só recebê-lo em forma de consciência do restabelecimento das relações leais entre a criatura e o Criador. 89:10.6
"Todos aqueles que têm meu nome, pela minha glória os tenho criado, e eles me exaltarão. Sou eu, eu mesmo, quem apaga suas transgressões por causa de mim mesmo, e não me recordarei de seus pecados." 97:7.10
"Vinde agora, raciocinemos juntos", disse o Senhor. "Ainda que vossos pecados fossem escarlate, se tornariam brancos como a neve. Ainda que fossem vermelhos como o carmesim, se tornariam brancos como a lã." 131:2.10
"Que os maus abandonem seu mau caminho e o homem injusto seus pensamentos rebeldes. Disse o Senhor : "Regressa a mim, e terei misericórdia de vós; e vos perdoarei abundantemente." 131:2.11
"Eis aqui a soma do dever : que nenhum homem faça a outro o que lhe repugnaria; não abrigueis malícia, não castigueis ao que vos castiga, conquisteis a ira com a misericórdia e dissipeis o ódio com a benevolência. E tudo isto devemos fazer porque Deus é um amigo bondoso e um pai misericordioso que redime todas nossas ofensas terrenas." 131:4.6
"Esta religião do Sábio purifica o crente de todo mau pensamento e de todo ato pecaminoso. Inclino-me ante Deus dos céus em arrependimento se o tenho ofendido em pensamento, palavra ou ato — intencional ou involuntariamente — e ofereço orações pela misericórdia e louvores pelo perdão. Sei que, quando me confesso e se me proponho a não voltar a fazer o mal, o pecado será expungido de minha alma. Sei que o perdão dissolve as algemas do pecado." 131:5.5
"Quando os homens e as mulheres perguntam o que devem fazer para serem salvos, deveis responder : creiam neste evangelho do reino; aceitem o perdão divino." 150:5.2
"Eu vos aconselho a não temer nada, no céu ou na terra, mas sim a regozijar-vos no conhecimento daquele que tem o poder de vos libertar de toda injustiça e de vos apresentar sem culpa ante os tribunais de um universo." 165:3.3
"O perdão divino é inevitável; é inerente e inalienável à infinita compreensão de Deus, em seu perfeito conhecimento de tudo o que se relaciona com o juízo errôneo e a escolha equivocada do filho." 174:1.3
A cruz mostra para sempre que a atitude de Jesus para com os pecadores não foi de condenação nem de tolerância mas, antes, de salvação eterna e amorosa. Jesus é verdadeiramente um salvador no sentido que sua vida e sua morte cativam os homens para a bondade e para a sobrevivência reta. Jesus ama tanto os homens que este amor desperta a resposta amorosa no coração humano. O amor é verdadeiramente contagioso e eternamente criativo. A morte de Jesus na cruz exemplifica um amor que é suficientemente forte e divino para perdoar o pecado e consumir toda a maldade. Jesus revelou a este mundo uma qualidade mais alta de retitude que a justiça — o mero conceito técnico do bem e do mal.
O amor divino não somente perdoa as faltas; ele as consome e realmente as destrói. O perdão do amor transcende completamente o perdão da misericórdia. A misericórdia põe de lado a culpa do mal; mas o amor destrói para sempre o pecado e toda debilidade que dele resulta. Jesus trouxe a Urantia um novo método de viver. Ensinou-nos a não resistir ao mal mas sim a encontrar, através de Jesus, a bondade que eficientemente destrói o mal. O perdão de Jesus não é tolerância; é a salvação da condenação.
A salvação não menospreza a falta; corrige-a . O amor verdadeiro não transige com o ódio nem o tolera, mas o destrói. O amor de Jesus nunca está satisfeito com o simples perdão. O amor do Mestre implica reabilitação, sobrevivência eterna. É totalmente próprio falar de salvação como redenção, se com isso quereis dizer esta reabilitação eterna.
Jesus, pelo poder de seu amor pessoal para com os homens, pôde romper as cadeias do pecado e do mal. Dessa maneira, liberou o homem para que este pudesse escolher os melhores caminhos de viver. Jesus ilustrou uma libertação do passado que em si mesma prometia o triunfo do futuro. Assim, o perdão provê a salvação. A beleza do amor divino, uma vez que entre plenamente no coração humano, destrói para sempre o fascínio do pecado e o poder do mal. 188:5.2-3
Passo 8 : Vivendo uma nova vida