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21 passos para um
despertamento espiritual
por Harry McMullan, III
tradução em português por Ana Maria Nascimento Roberto


 Passo 11:
Equilibrando o Físico com o Espiritual

Passamos por conflitos à medida que Deus nos concede forças para trocar metas materiais por metas espirituais. Equilibramos melhor nossas necessidades humanas com nossa vida no espírito.

Este passo diz respeito a conciliação do total compromisso interior com as exigências da existência diária, equilibrando o que é bom para nós com o que é bom para os outros. É possível viver neste mundo e ainda, como disse Jesus, não ser deste mundo? Como podemos agir espiritualmente quando estamos a cada segundo reféns da carne e do sangue? Como podemos resistir a experimentar a raiva, a concupiscência, a ganância e o egoísmo quando os instintos de sobrevivência programados dentro de nós pelo Criador nos compele a reagir exatamente dessa forma? Seria o modo altruísta do Mestre compatível com a rotina da vida, sem falar de alcançar um bom êxito nessa empresa? Nosso instinto nos conduz a perpetuar a espécie e nos mantém vivos num mundo muitas vezes cruel, mas como conciliar esses impulsos inatos com seu oposto : as advertências de Jesus de dar nosso manto, de caminhar outros mil passos, e de salvar nossa vida perdendo-a?

Aos olhos de Deus temos direitos como indivíduos; ele não pretende que nossos semelhantes reivindiquem todo nosso tempo e todas as nossas energias. O Pai nos criou como somos, e contanto que não comprometamos nossa lealdade espiritual, ele tolera nosso desejo humano de sucesso e realização. Deus nos deu nossos apetites e desejos triviais e exatamente como não há nada de errado com a água contanto que um não se afogue, inerentemente não há nada de errado ou maléfico em nossos impulsos humanos, mesmo que eles devam por vezes ser contidos por elevadas considerações éticas.

A vida nova é vivida no mesmo mundo como no velho mundo, e os pesquisadores espirituais não escapam de efetuar os múltiplos amoldamentos diários que a vida requer. Se ignorarmos nosso próprio bem estar, sem um zelador morreríamos rapidamente de inanição ou abandono. Se continuarmos a viver exclusivamente para nós mesmos, como fazíamos na velha vida, que diferença fez nosso recomeço? Como filhos e filhas renascidos espiritualmente não devemos ficar em nenhum extremo, mas preferivelmente nos guiarmos pelos atributos de bom senso e equilíbrio que nos foram dados por Deus. Deus não exige ou espera que ignoremos nosso bem estar pessoal; seu desejo é que altruisticamente subordinemos nossos interesses ao serviço aos outros, lembrando que ele sabe de nossas necessidades pessoais, e confiando que ele as suprirá.

Nosso Pai está bem ciente da transição difícil pela qual devemos passar para nos adaptarmos à nossa nova vida no espírito, e ele guiará com segurança cada alma confiada ao seu cuidado. Deus pode equilibrar a necessidade de nosso corpo com o desejo de nossa alma e ele exige somente nossa cooperação para que a transição seja positiva e produtiva.

Uma vez dentro dos portões do reino, a batalha crítica foi vencida porém somente com bom senso e equilíbrio evitaremos ações da retaguarda de extremos emocionais de egocentrismo materialista e fanático, a pseudo-espiritualidade imatura. Não devemos desanimar quando os hóspedes indesejados como a vingança, a raiva, a concupiscência ou a inveja insinuarem suas indesejáveis presenças em nossa mente. Somente o tempo pode apagar algum veneno mental de raiz profunda mas agora que o espírito de Deus está entronado em nosso coração, podemos ter paciência enquanto ele nos transforma à sua semelhança. A libertação da aflição emocional pode ou não vir rapidamente mas a ansiedade relativa ao estado de nossa alma apenas irrita a crosta da ferida que cicatriza.

O mundo espiritual é real e importante e este mundo físico é real e importante ao oferecer, como o faz, experiências de aprendizagem que nunca mais encontraremos em nossa ascensão, através das várias mansões do universo do Pai. A necessidade corporal de alimento, abrigo e vestimenta não é menos real que a necessidade da alma de fé, esperança e amor. Vivemos nossos ideais o resto de nossos dias no estágio deste mundo físico que encerra em si uma emaranhada e muitas vezes incongruente associação de circunstâncias, pessoas e coisas na qual nos encontramos. As insistentes exigências deste mundo físico providenciam um ingresso na verificação de nossas intenções espirituais, prevenindo que elas se tornem meras abstrações ou fantasias. Neste mundo somos obrigados a fazer concessões, a nos equilibrar e a conciliar os interesses e as multiformes forças competitivas da melhor forma que podemos e raramente nossa resposta triplamente amadurecida a estes problemas complexos pode propiciar uma solução perfeita. A perfeição é nossa meta, mas não é atingível neste mundo. O Pai leva tudo isso em conta e não devemos retardar sua obra em nós pela auto-recriminação ou por pensamentos de fracasso. Nossa embarcação foi lançada em águas não mapeadas de um caminho eterno e o Poder que põe o universo em movimento pode fazer e fará por nós o que humanamente seria impossível.

Referências do Livro de Urantia :

Os homens e mulheres conhecedores de Deus e que nasceram da experiência do Espírito não experimentam conflito com suas naturezas mortais mais do que o fazem os habitantes dos mais normais dos mundos, que nunca foram manchados pelo pecado nem tocados pela rebelião. Os filhos da fé trabalham em níveis intelectuais e vivem em planos espirituais muito acima dos conflitos produzidos por desejos físicos desenfreados ou desnaturalizados. Os estímulos normais aos seres animais e os apetites e impulsos peculiares à natureza física não estão em conflito nem mesmo com as mais altas realizações espirituais, exceto na mente das pessoas ignorantes, mal instruídas ou, infelizmente, extremamente escrupulosas.

Havendo iniciado no caminho da vida eterna, havendo aceito o dever e recebido tuas ordens para avançar, não temais os perigos do esquecimento humano e da instabilidade mortal; não vos preocupeis com receio do fracasso ou com a confusão desconcertante; não hesiteis nem questioneis vossa condição e posição pois nas horas sombrias, em cada encruzilhada da luta para seguir adiante, o Espírito de Verdade sempre falará, dizendo : "Este é o caminho". 34:7.7-8

Quando se trata de conflitos cruciantes e bem definidos entre as mais elevadas e as mais modestas tendências das raças, entre o que realmente é certo ou errado (não simplesmente o que poderias chamar de certo ou errado), podeis contar com o Modelador que sempre participará de alguma forma definida e ativa em tais experiências. O fato de que tal atividade do Modelador possa ser inconsciente para o companheiro humano não diminui, nem no mínimo, seu valor e sua realidade. 108:5.9

O grande problema da vida é a adaptação das ancestrais tendências de viver as exigências dos impulsos espirituais, iniciados pela presença divina do Preceptor de Mistério. Embora na caminhada no universo e no supra-universo nenhum homem possa servir a dois amos, na vida que viveis agora em Urantia cada homem deve forçosamente servir a dois amos. Deve ser hábil na arte do compromisso humano temporal contínuo concedendo ao mesmo tempo a lealdade espiritual a um só amo; por isso tantos tropeçam e fracassam , esgotam-se e sucumbem à pressão do esforço evolutivo. 109:5.4

A mente humana não suporta bem o conflito da dupla lealdade. É extenuante para a alma suportar a experiência de esforçar-se para servir ao bem e ao mal. A mente supremamente feliz e eficientemente unificada é aquela completamente dedicada a fazer a vontade do Pai Celestial. Os conflitos não resolvidos destroem a unidade e podem findar na ruptura da mente. Mas não se fomenta o caráter de sobrevivência da alma tentando-se assegurar a paz mental a qualquer preço, abandonando aspirações nobres ou comprometendo ideais espirituais; mais propriamente, tal paz se alcança pela afirmação inquebrantável de triunfo do que é verdadeiro e esta vitória se consegue vencendo-se o mal com a poderosa força do bem. 133:7.12

"Se bem que experimentareis grande gozo no serviço de meu Pai, deveis também vos preparar para as dificuldades, pois vos advirto que somente com muita tribulação é que muitos entrarão no reino. Mas os que têm encontrado o reino, seu gozo será pleno, e serão chamados os bem-aventurados de toda a terra". 137:6.5

Necessita-se tempo para que homens e mulheres modifiquem, de forma ampla e radical, seus conceitos básicos e fundamentais de conduta social, atitudes filosóficas e convicções religiosas. 152:6.1

"Tu sabes que muito freqüentemente os homens são levados à tentação pelo ímpeto de seu próprio egoísmo e pelos impulsos de sua natureza animal. Quando fores tentado desta maneira, advirto-te que, honesta e sinceramente reconheças a tentação exatamente pelo que ela é e que ao mesmo tempo redireciones com inteligência as energias do espírito, da mente e do corpo, que buscam se expressar por canais mais elevados, rumo à metas mais idealistas. Assim poderás transformar as tentações no mais elevado tipo de ministério mortal edificante, evitando quase completamente esse conflito ruinoso e debilitante entre a natureza animal e a natureza espiritual". 156:5.4

A todos os crentes, avise de antemão que terão de atravessar um mar de conflitos ao passar da vida, como é vivida na carne, à uma vida mais elevada, como é vivida no espírito. Aos que vivem completamente num dos âmbitos, existe muito pouco conflito ou confusão mas todos estão destinados a experimentar maior ou menor insegurança nos tempos de transição entre os níveis do viver. Ao entrar no reino, não podes escapar de tuas responsabilidades nem evitar tuas obrigações, porém recorda : o jugo do evangelho é leve e a carga da verdade é suave. 159:3.7

Ensinai a todos os crentes que os que entram no reino não se tornam imunes aos acidentes do tempo nem às catástrofes ordinárias da natureza. Vossa crença no evangelho não evitará os problemas mas vos assegurará atuar sem medo quando os problemas vos colherem. Se ousardes crer em mim e se me seguirdes de todo o coração, ao assim fazê-lo certamente entrareis numa senda, em verdade, difícil. Não prometo libertar-vos do mar de adversidades, mas vos prometo que atravessarei todas elas convosco. 159:3.13

 Passo 12: Perseverando na busca

Passo 1: Reconhecendo nossas necessidades Passo 2: Acreditando em Deus Passo 3: Aceitando a graça de Deus Passo 4: Admitindo nossas falhas Passo 5 : Perdoando aos outros Passo 6 : Pedindo perdão aos outros Passo 7 : Aceitando o perdão de Deus Passo 8 : Vivendo uma nova vida Passo 9 : Comprometidos conosco Passo 10: Orando

Passo 11: Equilibrando o físico com o espiritual Passo 12: Perseverando na busca Passo 13: Adquirindo perspectivas Passo 14: Adquirindo fé Passo 15: Experimentando segurança Passo 16: Aprofundando o companheirismo Passo 17: Servindo aos outros Passo 18: Compartilhando nossa experiência espiritual Passo 19: Amando uns aos outros Passo 20: Amando a Jesus Passo 21: Amando a Deus