21 passos para um
despertamento espiritual
Passo 19 : Amando uns aos outros
Cada vez mais estimamos os outros como filhos e filhas amados por Deus e nos esforçamos para amar cada um deles assim como faz nosso Pai no céu.
Nosso coração anela por amar nossos semelhantes e esse anseio não pode ser satisfeito pois a alma do homem tem fome, foi feita para amar e não se satisfaz com menos. Os caminhos do amor muitas vezes se embaraçam e às vezes falham mas o impulso é irreprimível, incessante mesmo pelo mais vergonhoso ódio ou a mais cruel circunstância. Inexplicável, despreocupado com o lugar, a posição, a condição ou o mérito, o amor olha além, existindo num estado de vir a ser.
Como amar é a pergunta desta época, o Graal procurado pelos profetas : como amar da maneira que os pais amam seus filhos, como amar aos outros da maneira como o Pai nos ama. Como começamos a amar e como podemos fazer o amor durar? Ele começa em mistério, de um local desconhecido dentro de nós e por razões desconhecidas. Não compreendemos porque amamos, mas apenas que amamos, pois o éter do amor resiste à análise por si mesmo ou pelos outros. O amor verdadeiro não calcula custo, esforço ou recompensa mas simplesmente existe num espírito de bondade desarmada. Como podemos reter esse espírito num mundo maior, próximo aos que não são amorosos, aos rudes, aos cruéis e aos descrentes? Podemos contemplar nossos irmãos e irmãs através dos olhos de nosso Pai e ver o que ele vê, sem julgar?
Somos conhecidos pelo quê e por quem amamos. Alguns amam casas e posses, alguns amam as aparências e alguns amam até mesmo a fraude como meio de vida, deleitando-se em provar que são mais espertos que os crédulos. Alguns o dinheiro, o poder ou a fama; outros amam coisas mais humildes e é para eles que nosso Mestre prometeu o reino. Nosso amor deixa um caminho atrás de nós, esteiras no céu ou rastos barrentos pelo chão.
O traje do amor é feito com os panos do Pai. Tiramos o material do amor de seu depósito e o modelamos para vestir o desnudo. Agir como se amássemos acende o mesmo amor pois quanto mais amorosos formos para com os outros mais o amor reflete-se de volta, amplificado pela mútua experiência, criando no objeto desse amor a compulsão de corresponder.
Os universos nasceram do amor, não só pela centelha. O amor é o impulso íntimo de vida e, quando amamos, essa força vigorosa ressoa com o poder universal do alto, prometendo vida nova e um eu renovado. Enxergamos através de sua luz. A nuvem do desconhecido se parte e raios dourados banham ao que dá e ao que recebe o amor conforme Deus se revela e encontra expressão. A ausência de amor é a indiferença ou o ódio e, à parte do amor, todos os relacionamentos não têm sentido, são fúteis e ilusórios. Mas no amor do Pai estamos completos, nossas forças são restauradas, brejos antigos são drenados, mortalhas são levantadas e percebemos o coração de Deus no momento da criação.
Aqueles que duvidam do poder do amor não conhecem o regozijo da vida. Os que colocam as coisas acima do amor estão prisioneiros da ilusão pois nenhuma posse ou posição vale a perda do amor que perdura quando montões de coisas juntam ferrugem ou vão para os outros. O amor dura mais que as coisas e é mais doce. O amor recolhe com arrastão o bem na experiência, suportando-nos quando tudo mais falha. O amor acalma frontes febris e sustenta a mão do carrasco. O amor sozinho faz nossa vida valer a pena e Deus mais real, e não rezadores solitários enclausurados entre paredes. O amor constrói a ponte sobre a brecha que existe entre o que somos e o que podemos vir a ser; ele nos dá tudo o que temos e tudo o que somos e sem ele somos vazios, encarcerados na prisão dos que devem ao negativismo e ao desespero.
Referências do Livro de Urantia :
Estes níveis elevados da vida humana são alcançados no supremo amor de Deus e no amor altruísta do homem. Se amas teus semelhantes, dever ter descoberto seus valores. Jesus amava tanto os homens porque lhes atribuía um alto valor. Podes melhor descobrir os valores de teus companheiros descobrindo suas motivações. Se alguém te irrita, se produz sentimento de ressentimento deves, com simpatia, buscar discernir de seu ponto de vista, suas razões para uma conduta tão censurável. Uma vez que compreendas ao teu próximo, te tornarás tolerante e esta tolerância crescerá em amizade e amadurecerá em amor. 100:4.4
Se puderes tão só aprofundar os motivos de teus companheiros, tanto mais poderás compreendê-los. Se apenas pudesses conhecer a teus semelhantes, ao final te enamorarias deles.
Não podes realmente amar teus semelhantes por um simples ato de tua vontade. O amor nasce apenas da completa compreensão das motivações e sentimentos de teus semelhantes. Não é tão importante amar todos os homens hoje como o é que a cada dia aprendas a amar mais um ser humano. Se a cada dia ou a cada semana conseguires compreender um a mais entre teus semelhantes, e se este é o limite da tua capacidade, certamente estás então sociabilizando e, de modo verdadeiro, espiritualizando tua personalidade. O amor é contagioso e quando a devoção humana é inteligente e sábia, o amor é mais contagioso que o ódio. Mas somente o amor genuíno e altruísta é verdadeiramente contagioso. Se cada mortal pudesse se tornar tão só um foco de afeição dinâmica, este vírus benigno do amor logo impregnaria a corrente sentimental de emoção da humanidade até o ponto em que toda a civilização estaria rodeada de amor e essa seria a realização da irmandade do homem. 100:4.5-6
No verdadeiro sentido da palavra, o amor conota respeito mútuo de personalidades inteiras, sejam estas humanas ou divinas ou humanas e divinas....Tudo o que for não espiritual na experiência humana, exceto a personalidade, é um meio para um fim. Todo relacionamento verdadeiro do homem mortal com outras pessoas — humanas ou divinas — é um fim em si mesmo. 112:2.3-4
Jesus amava naturalmente sua gente; amava sua família, e este afeto natural havia aumentado tremendamente por sua extraordinária devoção a eles. Quanto mais nos doamos aos nossos semelhantes, tanto mais chegamos a amá-los; posto que Jesus havia se dado tão plenamente à sua família, amava-a com um afeto grande e ardente. 129:0.2
Os discípulos logo aprenderam que o Mestre tinha um profundo respeito e uma consideração solidária por todo ser humano com quem se encontrava e muito lhes comovia esta consideração invariável e constante com que ele tão sistematicamente brindava toda classe de homens, mulheres e crianças. Às vezes, interrompia-se no meio de um profundo discurso para sair ao caminho e oferecer palavras de bom ânimo à uma mulher que passava, sobrecarregada pelo fardo de seu corpo e de sua alma. Interrompia uma conversação intensa com seus apóstolos para fraternizar com uma criança intrusa. Para Jesus, não havia nada mais importante que o indivíduo humano que por acaso estivesse em sua presença imediata. 138:8.9
Do Sermão da montanha até o discurso da Última ceia, Jesus ensinou aos seus seguidores a manifestar amor paterno em vez de amor fraterno. O amor fraterno significa amar ao próximo como a si mesmo e isto seria o cumprimento adequado da "regra de ouro". Porém, o afeto paterno requer que ames a teus semelhantes como Jesus te ama. 140:5.1
"Vós bem conheceis o mandamento que diz que ameis uns aos outros; que ames ao teu próximo como amas a ti mesmo. Mas não estou plenamente satisfeito com essa devoção sincera por parte de meus filhos. Quero que realizeis atos de amor ainda maiores no reino da irmandade crente. Assim, pois, vos dou este novo mandamento : Que vos ameis uns aos outros assim como eu vos tenho amado. Assim todos os homens saberão que sois meus discípulos, se vos amardes dessa maneira." 180:1.1
No reino da irmandade crente, dos que conhecem a Deus e amam a verdade, esta regra de ouro adquire qualidades vivas de compreensão espiritual nos mais altos níveis de interpretação, que fazem com que os filhos mortais de Deus considerem esta determinação do Mestre como instar com eles para que se relacionem com seus semelhantes de uma maneira que permita o mais elevado bem possível como resultado do contato dos crentes com seus semelhantes. Esta é a essência da verdadeira religião : amar ao vosso próximo como a vós mesmos. 180:5.7