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Quando as coisas vão mal

Em caso de enfermidades ou privações

Por Harry McMullan, III
traduηγo em portuguκs por Ana Maria Nascimento Roberto


 

Vendo os inocentes aflitos, alguns questionam o amor de Deus e mesmo sua existência. Mas Deus ama a todos os seus filhos e não deseja que ninguém se fira, que adoeça ou que seja oprimido pelas circunstâncias. A existência do sofrimento prova antes que Deus nos colocou na única classe de mundo onde se tem a possibilidade de formar um caráter forte, isto é, um lugar onde a liberdade de ação têm conseqüências reais. Deus jamais castiga com tribulação os seus filhos, mas criou nosso mundo como ele é, para que pudéssemos aprender e amadurecer através do contato com a realidade atual. Tal aprendizagem pode ser dura mas vale a pena ao nos tornar pessoas fortes, leais, pessoas que podem crer nos valores espirituais no meio de tanta coisa que aparenta ser totalmente contrária a tudo o que é bom, belo e verdadeiro.

Assim, como receberemos os incômodos hóspedes da doença e das privações quando chegam, uma vez que eles inevitavelmente chegam? Podemos ser pesados fatalistas, daqueles que raramente se decepcionam na expectativa do pior; ou lamurientos e lastimosos, daqueles que procuram em vão por alguém diferente para culpar por seus problemas; ou meditativos otimistas, daqueles que sonham em seu mundo de irrealidade; ou podemos enfrentar a vida com a simples fé na boa vontade do Pai em nos dar forças para resolver e superar os problemas da vida, confiantes em sua habilidade em extrair o bem de qualquer situação. Em parceria com Deus, fazemos o máximo do que se nos apresente, em expectante fé e forte determinação para prevalecer.

É claro que Deus poderia curar todas as doenças humanas com uma palavra, mas fazer assim violaria as leis físicas que ele ordenou e não levaria os homens ao reino. Os cinco mil que Jesus alimentou nas praias da Galiléia não entraram no reino nem os quinhentos em Cafarnaun, a quem ele curou ao final da tarde.

Enquanto a ciência em progresso resolve gradualmente os problemas das enfermidades, deveríamos nos confortar no conhecimento de que o Pai sabe de nossas aflições. Quando foi feito tudo dentro do poder humano para melhorar a situação, deveríamos aceitar nossa sorte, lembrando que todas as aflições são passageiras e podem contribuir para construirmos nossa alma eterna desde que aceitemos nossa situação com dignidade, com fé e completa submissão à vontade de Deus. Depois que todos os nossos recursos pessoais se esgotaram, podemos descansar no amor de nosso Pai onde, de todo o coração, a fé em Deus pode trazer a cura para toda e qualquer aflição.

O homem não vive só de pão mas o pão é necessário para que o homem viva. Recursos financeiros inadequados é uma das privações mais comuns. Mas muitos dos que se observam em dificuldades financeiras simplesmente carecem do que gostariam de possuir. Jesus ensinou que a vida do homem não consiste em cobiça mas em cada palavra da boca de Deus. É muito melhor ser pobre e enfermo, buscando a Deus com submissão, que ser orgulhoso e espiritualmente auto-suficiente, quer dizer, estéril e de relações rompidas com Deus. O Pai é a fonte de toda abundância e se delicia em nos prover daquilo que verdadeiramente necessitamos e que, ao mesmo tempo, não interfira no progresso de nossa alma.

Quando o reino do céu é a meta de nossa existência, as considerações materiais são relegadas a segundo plano. A vida encerra em si o sofrimento; porém, para os que podem ver, por detrás do véu, os propósitos maiores do Pai, ele oferece a paz interior, que nos sustenta e nos torna aptos a transpor qualquer privação que se nos apresente.

 

Deus é bondoso em essência, compassivo por natureza e eternamente misericordioso. E nunca é necessário alguma influência junto ao Pai para suscitar sua benevolência. A necessidade da criatura é, em si mesma, totalmente suficiente para assegurar o pleno fluxo de sua terna misericórdia e de seu perdão salvador. (2:4.2)

"Eu vi a aflição do meu povo, ouvi o seu clamor e conheço a sua dor." Porque "o Senhor olha do céu, ele vê todos os filhos dos homens; do lugar de sua morada ele observa os habitantes todos da terra". Todo filho seu pode verdadeiramente dizer : "Ele conhece o meu proceder, e quando me houver provado, sairei como o ouro". "Deus sabe quando nos sentamos e quando nos levantamos; de longe penetra nossos pensamentos e está familiarizado com todos os nossos caminhos". "Todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas." E deveria ser um verdadeiro consolo para todo ser humano entender que "Ele conhece vossa estrutura; lembra-se de que sois pó". Falando de Deus vivo, disse Jesus: "Vosso Pai sabe do que tens necessidade, antes mesmo que vós lho peçais". (3:3.2)

 

A vida de qualquer criatura evolutiva está cercada por certas inevitabilidades. Considere o seguinte :

  1. É a coragem — a força do caráter — desejável ? Então deve-se promover a educação do homem num ambiente que o faça lutar contra as dificuldades e reagir às decepções.
  2. É o altruísmo — o serviço ao próximo — desejável ? Então a vivência deve preparar para encontrar situações de desigualdade social.
  3. É a esperança — a grandeza da confiança — desejável ? Então a existência humana deve constantemente defrontar-se com inseguranças e incertezas periódicas.
  4. É a fé — a afirmação suprema do pensamento humano — desejável ? Então a mente do homem deve encontrar-se nesse apuro incômodo, em que sempre sabe menos do que pode crer.
  5. É o amor à verdade — e a boa vontade para seguí-la aonde quer que ela leve — desejável? Então o homem deve crescer num mundo onde o erro esteja presente e a falsidade sempre seja possível.
  6. É o idealismo — o conceito que aproxima ao divino — desejável ? Então o homem deve esforçar-se num ambiente de bondade e beleza relativas, num ambiente que estimule o irreprimível esforço por alcançar coisas melhores.

 

7. É a lealdade — a devoção ao supremo dever — desejável ? Então é preciso que o homem prossiga em meio a possibilidades de traição e deserção. O valor da devoção ao dever consiste no perigo implícito de não cumpri-lo.

8. É a abnegação — a disposição para olvidar-se a si mesmo — desejável ? Então o homem mortal deve viver face a face com o incessante clamor de um eu do qual não pode escapar, desejoso de reconhecimentos e honras. O homem não poderia escolher com dinamismo a vida divina se não houvesse a própria vida à qual renunciar. O homem nunca poderia aplicar-se à retitude como salvação se não existisse o mal potencial que, por contraste, exalta e diferencia o bem.

  1. É o prazer — a satisfação da felicidade — desejável ? Então o homem deve viver num mundo onde a alternativa da dor e a probabilidade do sofrimento sejam possibilidades vivenciais sempre presentes.

A mente mortal pode imediatamente pensar em mil e uma coisas — catástrofes físicas, acidentes espantosos, desastres horríveis, enfermidades dolorosas e calamidades mundiais — e indagar-se se tais sucessos estão em correlação com os desígnios desconhecidos da provável ação do Ser Supremo. Francamente, não o sabemos : não estamos realmente seguros. Mas observamos que, conforme o tempo passa, todas estas situações difíceis e mais ou menos misteriosas têm sempre como resultado o bem-estar e o progresso dos universos. (10:7.5)

A confusão e o tumulto em Urantia não significam que os Governantes do Paraíso careçam de interesse ou de habilidade para conduzir os assuntos de forma distinta. Os Criadores possuem pleno poder para fazer de Urantia um verdadeiro paraíso, mas tal Éden não contribuiria para o desenvolvimento daqueles traços fortes, nobres e experimentados que os Deuses com tamanha certeza forjam em vosso mundo entre a bigorna da necessidade e o martelo da angústia. Vossas ansiedades e vossos pesares, vossas provas e desilusões, tanto são parte do plano divino em vossa esfera como o são a perfeição primorosa e a adaptação infinita de todas as coisas ao seu propósito supremo nos mundos do universo central e perfeito. (23:2.5)

O último descanso no tempo foi desfrutado; o último sono de transição foi experimentado; agora despertais para a vida perene nas orlas da morada eterna. "E não mais haverá sono. A presença de Deus e de seu Filho está diante de vós e sois seus servidores eternamente; vistes sua face e seu nome é vosso espírito. Lá não haverá noite; e não necessitam da luz do sol pois a Grande Fonte e Centro lhes dá a luz; viverão sempre e para sempre. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem clamor, nem mais dor, porque tudo isto passou." (27:1.5)

Quando for alcançado o auge da perfeição e a eternidade, haverá mais honra para os que começaram de baixo e que alegremente galgaram os degraus da vida, passo a passo, e que ao alcançarem o auge da glória, terão granjeado uma experiência pessoal que denota um conhecimento efetivo de cada fase da vida, de baixo ao alto.

Nisto tudo se revela a sabedoria dos Criadores. Seria fácil para o Pai Universal fazer de todos os mortais seres perfeitos, conferir perfeição por meio de sua divina palavra. Mas isto os privaria da maravilhosa vivência de aventura e adestramento, associados à longa e gradual escalada ao interior, uma experiência a ser obtida apenas por aqueles que são tão afortunados por começarem do mais baixo escalão da existência. (32:3.10-11)

Conquanto seja totalmente verdade, para quem tenciona e leva a efeito o mal, que o bem não pode provir do mal, é igualmente verdade que todas as coisas (incluindo o mal, potencial ou manifesto) trabalham juntas para o bem de todos os seres que conhecem a Deus, que amam fazer sua vontade e que estão ascendendo ao Paraíso de acordo com seu plano eterno e divino propósito. (54:4.7)

Somos parte de uma criação gigantesca e não é estranhável que nem tudo trabalhe em perfeição; nosso universo não foi criado em perfeição. A perfeição é nossa meta eterna, não nossa origem. (75:8.6)

[Os Modeladores do Pensamento] não estão interessados em tornar mais fácil a caminhada mortal; antes, estão interessados em tornar vossa vida razoavelmente difícil e acidentada, de forma a estimular e multiplicar as decisões. A presença de um grande Modelador do Pensamento não concede o ócio na vida nem a isenção do raciocínio árduo, mas tal dádiva divina deveria conferir uma sublime paz da mente e uma magnífica tranqüilidade de espírito.

Tuas emoções passageiras de alegria e pesar, sempre alternantes, são principalmente reações puramente humanas e materiais ao clima psíquico interno e ao meio ambiente externo e material. Não busque pois ao Modelador para o consolo egoísta e o conforto material. A tarefa do Modelador é preparar-te para a aventura eterna, assegurar tua sobrevivência. Não é missão do Preceptor de Mistério suavizar teus sentimentos desnorteados nem atender ao teu orgulho ferido; o que prende a atenção e ocupa o tempo do Modelador é a preparação de tua alma para a longa caminhada ascendente. (108:5.5-6)

A dotação da liberdade aos seres imperfeitos inevitavelmente vincula-se às tragédias, e é a natureza da perfeita Deidade ancestral compartilhar universal e afetuosamente estes sofrimentos em amoroso companheirismo. (110:0.1)

Incerteza com segurança é a essência da aventura do Paraíso — incerteza em tempo e em mente, incerteza quanto ao desdobrar dos acontecimentos na ascensão ao Paraíso; segurança em espírito e em eternidade, segurança na inefável confiança da criatura na divina compaixão e no infinito amor do Pai Universal; incerteza como um inexperiente cidadão do universo; segurança como um filho ascendente nas moradas do universo de um Pai todo-poderoso, onisciente e todo-amoroso.

Posso te aconselhar a atender ao eco distante do fiel chamado do Modelador à tua alma? O Modelador que habita em teu interior não pode deter nem sequer alterar materialmente tua caminhada de luta no tempo; o Modelador não pode diminuir as dificuldades da vida enquanto atravessas este mundo de trabalho extenuante. O divino morador interior pode tão só pacientemente abster-se enquanto lutas a batalha da vida tal como é vivida em teu planeta; mas poderias, se apenas quisesses — ao trabalhar e se preocupar, ao lutar e labutar — permitir que o valente Modelador te apresente constantemente os quadros do verdadeiro motivo, do objetivo final e do propósito eterno desta luta difícil e penosa com os problemas comuns de teu presente mundo material.

Por que não ajudas o Modelador na tarefa de mostrar a contraparte espiritual de todos estes árduos esforços materiais? Por que não permites que o Modelador te faça forte com as verdades espirituais de poder cósmico enquanto lutas com as dificuldades temporais relativas à existência da criatura? Por que não encorajas o ajudante celestial a te alegrar com a visão clara da eterna perspectiva de vida universal enquanto fitas perplexo os problemas do tempo que passa? Por que te recusas a ser esclarecido e inspirado pelo ponto de vista universal enquanto labutas entre os obstáculos do tempo e te debates no labirinto de incertezas que cercam a jornada de tua vida mortal? Por que não permitir que o Modelador espiritualize teu pensamento, ainda que teus pés devam marchar pelos caminhos materiais de teu esforço mundano? (111:7.1-3)

A maior parte do que um mortal chamaria de providencial não o é; seu discernimento de tal matéria é muito obstado pela falta de visão de longa distância, dos verdadeiros sentidos das circunstâncias da vida. Muito do que um mortal chamaria de boa sorte poderia realmente ser má sorte; o sorriso da fortuna que concede o lazer sem jus e a riqueza imerecida pode ser a maior de todas as aflições humanas; a crueldade aparente de um destino adverso que amontoa tribulações sobre algum mortal sofredor pode em realidade ser o fogo que recoze e que transmuta o ferro dúctil da personalidade imatura no aço temperado do genuíno caráter. (118:10.9)

Mãe Maria, a tristeza não nos ajudará; estamos todos fazendo o melhor e o sorriso de mãe talvez pudesse nos inspirar a fazer melhor ainda. Dia a dia somos fortalecidos por estas tarefas, por nossa esperanças de que dias melhores virão. O otimismo prático e firme de [Jesus] era verdadeiramente contagioso; todas as crianças viviam numa atmosfera de antecipação de tempos melhores e coisas melhores. E esta coragem esperançosa contribuiu para o desenvolvimento de caráteres fortes e nobres, apesar de sua angustiosa pobreza.

Jesus possuía a habilidade de efetivamente mobilizar todos os seus poderes da mente, da alma e do corpo na tarefa mais próxima. Ele podia concentrar profundamente sua mente no problema que desejava resolver e isto, unido a sua incansável paciência, lhe possibilitava suportar as provas de uma difícil existência mortal — viver como se estivesse "vendo Aquele que é invisível" (127:3.14-15)

Jesus rapidamente está se tornando um homem, não apenas um rapaz mas um adulto. Ele aprendeu bem a arcar com responsabilidade. Ele sabe como se conduzir em face da decepção. Ele agüenta valorosamente quando seus planos são frustrados e seus propósitos temporariamente derrotados. Ele tem aprendido como ser justo e imparcial mesmo em face da injustiça. Ele tem aprendido como adaptar seus ideais de vida espiritual às exigências práticas da existência terrena. Ele está aprendendo como planejar para a realização de uma meta de idealismo, mais elevada e distante, enquanto labuta veementemente para o alcance de uma meta necessária, mais próxima e imediata. Está adquirindo firmemente a capacidade de adaptar suas aspirações às exigências corriqueiras das circunstâncias humanas. Ele domina de perto a técnica de utilizar a energia de impulso espiritual para modificar o mecanismo de realização material. Está lentamente aprendendo como viver a vida celestial enquanto prossegue com a existência terrena. Cada vez mais conta com orientação final de seu Pai celestial ao passo que assume o papel paternal de guiar e dirigir as crianças de sua família terrena. Está se tornando experiente na habilidade de arrancar a vitória das presas da derrota; está aprendendo como transformar as dificuldades do tempo em triunfos da eternidade. (127:6.12)

"Não resitais à injustiça com violência; não depositeis vossa confiança em vossos braços de carne. Se vosso próximo vos golpeia na face direita, dai-lhe também a outra. Estejais antes dispostos a sofrer injustiça que ir à lei entre vós. Assisti a todos os aflitos e necessitados, com bondade e misericórdia.

"Eu vos digo : amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem e orai pelos que vos ultrajam. E tudo o que credes que eu faria aos homens, fazei-o vós". (140:3.14-15)

Jesus espelhava a conquista pelo sacrifício. Ao demonstrar misericórdia, intentou ilustrar a libertação espiritual de todos os rancores, das mágoas, da ira e do desejo egoísta de poder e vingança. E quando disse : "Não resistais ao mal", explicou mais tarde que não significava tolerar o pecado nem fraternizar com a iniquidade. Pretendia mais ensinar a perdoar "a não resistir ao mau trato vindo de alguém, à injúria mal intencionada dirigida ao sentimento de dignidade pessoal". (141:3.8)

Mas de uma coisa podeis estar certos : o Pai não envia a aflição como uma punição arbitrária à maldade. As imperfeições e os obstáculos são inerentes ao mal; as penalidades por pecar são inevitáveis; as conseqüências destrutivas da iniquidade são inexoráveis. O homem não deveria culpar a Deus por aquelas aflições que são o resultado natural da vida que ele escolheu viver; nem deveria se queixar daquelas experiências que formam uma parte da vida, tal qual ela é vivida neste mundo. É da vontade do Pai que o homem trabalhe de forma firme e perseverante para a melhoria de seu estado na terra...

"Não duvides do amor do Pai tão só porque te afligem algumas leis sábias e justas que ele ordenou, por teres transgredido inocente ou deliberadamente este divino regulamento (148:5.3-4)

"O Deus eterno é teu refúgio, e cá embaixo estão os seus braços eternos"..."Ele conhece nosso corpo; lembra-se que somos pó." "Ele cura os quebrantados de coração e ata suas feridas." "Ele é a esperança do pobre, a força do necessitado em sua aflição, um refúgio na tempestade e uma sombra para o calor devastador." "Ele dá força ao abatido e aos que não têm poder algum, ele aumenta sua força." A cana fendida não quebrará e a mecha fumegante não apagará." "Quando passares pelas águas da aflição, estarei contigo e quando os rios da adversidade te cobrirem, não te abandonarei." "Ele me enviou a curar os quebrantados de coração, a proclamar a liberdade aos cativos e consolar todos os que choram." (148:5.5)

Ensinai a todos os crentes a evitarem se apoiar nas estacas incertas da falsa compaixão. Não podeis desenvolver caráteres fortes apresentando a indulgência da auto-piedade; esforçai-vos honestamente para evitar a influência enganosa do mero companheirismo na miséria. Estendei a compaixão ao intrépido e ao corajoso, refreando a piedade demasiada pelas almas pusilânimes, que apenas enfrentam as provas da vida sem entusiasmo. Não ofereçais consolo aos que jazem diante de seus problemas sem um esforço. Não vos compadeçais de vossos semelhantes simplesmente para que, por sua vez, eles se compadeçam de vós ...

Ensinai a todos os crentes que os que entram no reino não se tornam imunes aos acidentes do tempo nem às catástrofes ordinárias da natureza. Vossa crença no evangelho não evitará os problemas mas vos assegurará atuar sem medo quando os problemas vos colherem. Se ousardes crer em mim e se me seguirdes de todo o coração, ao assim fazê-lo certamente entrareis numa senda, em verdade, difícil. Não prometo libertar-vos do mar de adversidades, mas prometo que atravessarei todas elas convosco. (159:3.11-13)

"Não se turbe o vosso coração; todas as coisas trabalham juntas para a glória de Deus e para a salvação dos homens." (182:2.1)

Quando os homens e as mulheres ponderarem, atentando em Jesus oferecendo sua vida na cruz, dificilmente se permitirão queixar-se novamente, mesmo nos mais duros sofrimentos da vida e muito menos nos insignificantes incômodos e suas muitas queixas puramente fictícias. Sua vida foi tão gloriosa e sua morte tão triunfante que todos somos atraídos à boa vontade de compartilhar ambas. Há um autêntico poder de atração no todo da efusão de Miguel, dos dias de sua juventude ao esmagador espetáculo de sua morte na cruz. (188:5.10)

Para Jesus, a vida mortal tinha desferido seus mais duros, cruéis e amargos golpes; e este homem foi ao encontro desses serviços consternadores com fé, coragem e inquebrantável determinação de fazer a vontade do Pai. Jesus foi ao encontro da vida em sua face terrível e a subjugou — até na morte. Ele não fez uso da religião como uma libertação da vida. A religião de Jesus não busca escapar desta vida a fim de desfrutar o êxtase esperado em outra existência. A religião de Jesus proporciona o contentamento e a paz de uma outra existência, de uma existência espiritual para realçar e enobrecer a vida que o homem vive agora na carne. (194:3.3)

O Pentecostes dotou o homem mortal do poder de perdoar ofensas pessoais, de manter sua doçura em meio da mais grave injustiça, a permanecer impávido ante o perigo aterrorizante e a afrontar os males do ódio e da cólera por meio dos destemidos atos do amor e da tolerância. (194:3.12)

 

    O que és hoje não é tão importante como o que vens a ser, dia a dia e na eternidade. (111:1.5)

    "O Senhor está próximo de todos aqueles que o invocam com sinceridade e verdade. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem com a manhã" (131:2.9)

    E quando estes seres humanos transtornados contavam a Jesus seus problemas, ele sempre sabia oferecer sugestões práticas e imediatamente úteis, visando corrigir suas reais dificuldades embora não deixasse de falar naquele momento palavras de conforto e de imediata consolação. E ele invariavelmente contava a estes mortais aflitos sobre o amor de Deus e lhes transmitia a mensagem, por vários e diferentes métodos, de que eles eram filhos deste amoroso Pai no céu. (132:4.2)

    Os discípulos logo aprenderam que o Mestre tinha um profundo respeito e uma consideração solidária por todo ser humano com quem se encontrava e muito lhes comovia esta consideração invariável e constante com que ele tão sistematicamente brindava toda classe de homens, mulheres e crianças. Às vezes, interrompia-se no meio de um profundo discurso para sair ao caminho e oferecer palavras de bom ânimo à uma mulher que passava, sobrecarregada pelo fardo de seu corpo e de sua alma. Interrompia uma conversação intensa com seus apóstolos para fraternizar com uma criança intrusa. Para Jesus, não havia nada mais importante que o indivíduo humano que por acaso estivesse em sua presença imediata. (138:8.9)

    Novamente vos digo : pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei à porta e ela vos será aberta. Pois o que pede, recebe; o que busca, acha e ao que bate à porta da salvação, esta lhe será aberta." 144:2.3

    "Muito do sofrimento do homem provém da decepção de suas aspirações e das feridas de seu orgulho. Embora os homens tenham um dever consigo mesmos de fazer o melhor de suas vidas na terra, tendo assim se aplicado sinceramente deveriam alegremente aceitar seu destino, praticando a ingenuidade ao fazer o máximo daquilo que caiu em sua mãos. Muitíssimos dos problemas do homem têm origem no temor que albergam em seu próprio coração ...

    Portanto, não busqueis a falsa paz e o gozo passageiro mas, antes, a segurança da fé e a certeza da filiação divina que dão serenidade, contentamento e o supremo gozo no espírito. (149:5.3-4)

    A medida da capacidade espiritual da alma evolutiva é tua fé na verdade e teu amor pelo próximo; porém, a medida de tua força humana de caráter é tua capacidade de resistir ao apego do rancor e de se opor a ficar remoendo diante a mais profunda tristeza. A derrota é o verdadeiro espelho no qual podes honestamente ver teu autêntico eu. (156:5.17)

    Não olvideis que nada me deterá em meus esforços por restaurar o auto-respeito daqueles que o perderam e que realmente desejam recuperá-lo. (159:3.3)

    O fracasso é simplesmente um episódio — um experimento cultural na aquisição de sabedoria — na vivência do homem que busca a Deus e que embarcou na eterna aventura da exploração do universo. Para este homem, a derrota não é senão um novo utensílio para alcançar níveis mais altos da realidade universal. (160:4.9)

    Ensinou os homens a terem a si mesmos em grande estima, no tempo e na eternidade. Por causa da grande estima que Jesus tinha pelo homem, estava disposto a investir no serviço incansável à humanidade...Que mortal pode deixar de sentir-se elevado pela fé extraordinária que Jesus tem nele? (196:2.10)